Evento promovido pela entidade debateu a inserção do jovem no movimento sindical e sua atuação na luta pelas questões trabalhistas
O Encontro Nacional da Juventude da CSB, realizado nos dias 7 e 8 em Salvador, fortaleceu o compromisso da entidade em estimular, valorizar e capacitar novos dirigentes sindicais. O evento foi marcado por debates e palestras sobre a realidade do jovem brasileiro, seu poder de atuação na sociedade, além da necessidade de formação e as estratégias de atuação da Central para mobilizar os jovens brasileiros para a luta dos trabalhadores.
Na abertura dos trabalhos, o presidente Antonio Neto ressaltou a relevância da juventude no processo de mudança política e social do Brasil. “O jovem precisa visualizar, desde cedo, a realidade mundial e sua situação nos campos do trabalho, da política e do panorama social”, afirmou.
Marcelo Gonçalves, secretário nacional da Juventude da Central, disse que o Encontro é prova da importância da consolidação da juventude. “A participação jovem no movimento sindical precisa crescer mais. E a construção da identidade da juventude da CSB é fundamental para a Central”, reiterou.
A CSB se destaca pelo trabalho com os jovens desde a sua fundação. Para os dirigentes da Central, é preciso criar políticas para incluí-los nos sindicatos. “É necessária formação ideológica para dar a eles visão de classe e ampliar a capacitação universitária. Isso é fundamental para o futuro do movimento sindical jovem”, defendeu o presidente da CSB.
Pioneira na inclusão da juventude da entidade nos fóruns nacionais e internacionais, a Central defende a valorização da memória histórica como instrumento de formação e capacitação dos jovens.
“É importante qualificar os representantes para aumentar a credibilidade das centrais. E a CSB tem esse compromisso e também com o resgate da memória de luta dos trabalhadores para torná-la pública para as novas gerações sindicais”, argumentou Alvaro Egea, secretário-geral da CSB.
Jovens do movimento estudantil e dirigentes de sindicatos pelo Brasil participaram das palestras e dos debates promovidos pelo Encontro.
Palestras
Everton Gomes
Representante do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro (Sindpol) e integrante da juventude do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Everton Gomes destacou a organização da juventude como providência necessária para o desenvolvimento social e político.
“São 55 milhões de jovens entre 15 e 29 anos no Brasil. Quem pode construir um país mais justo são eles. O País precisa transformar a energia dos jovens em mais políticas e incentivos para a juventude”, declarou.
Para ele, o jovem que tem o poder de decisão constrói as políticas públicas e se consolida como sujeito de transformação da sua própria realidade.
“É preciso renovar o canal de comunicação do movimento sindical com os trabalhadores e com os jovens. As novas tecnologias têm papel fundamental nesse processo. Assim, nos fortalecemos para dialogar e negociar com o governo”, completou Everton Gomes, que defendeu a divulgação das bandeiras de luta da entidade como doutrina para o movimento jovem.
“A sociedade não avança sem o trabalhador. É importante que a juventude se articule e interaja. Precisamos disso para construir a participação dos jovens na CSB”, concluiu.
Wendel Pinheiro
Historiador e assessor de comunicação da Secretaria Municipal de Trabalho e Emprego (SMTE) do Rio de Janeiro, Wendel Pinheiro traçou um panorama do contexto histórico dos jovens nos movimentos sociais e dos trabalhadores.
A perspectiva histórica do movimento sindical – os desafios do novo ativismo político no século XXI – em comparação ao auge dos movimentos desde a década de 1910 e a história da participação dos jovens como agentes ativos foram a base de suas argumentações.
“As ações do movimento estudantil ao longo dos anos foram fundamentais para definir o caráter atuante da participação da juventude nos momentos mais marcantes da história do Brasil”, ressaltou Wendel Pinheiro.
Para ele, fazer os jovens voltarem a acreditar e confiar na política é a evidência da preocupação do País com o futuro. “Precisamos lutar para que os interesses do trabalho sejam mais importantes que os interesses do capital também dentro do movimento jovem brasileiro”, completou.
Marcelo Tourinho
A união dos jovens para uma luta mais ampla no movimento sindical foi o destaque da palestra de Marcelo Tourinho, presidente do Sindicato dos Psicólogos da Bahia. Ele defendeu a inovação na formação dos movimentos jovens e o aprimoramento da linguagem para facilitar a interação com a juventude.
“Nossa missão é fortalecer os sindicatos para consolidar as entidades e o movimento sindical jovem de maneira global”, afirmou.
Debates e o futuro
Leandro Vieira, presidente do Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias do Distrito Federal (Sindpen-DF), destacou sua experiência como líder sindical.
“Os jovens hoje são a parte principal e essencial do movimento sindical. Precisamos de novos líderes com ideologia política e orientação. Sem liderança, qualquer iniciativa tende a declinar. Ela é essencial para a motivação”, ponderou.
Thiago Pereira, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba e Região, propôs a avaliação do perfil do jovem sindicalista atual. “É interessante que saibamos qual o perfil do jovem dirigente sindical para sabermos como atuar em sua formação”, pontuou.
As discussões sobre o movimento sindical estão intrinsecamente ligadas à luta do trabalhador. A CSB trabalha para formar seus novos dirigentes com atenção à questão das lutas e da política, estimulando o jovem e conquistando seu apoio.
Os eventos, as manifestações e todo o tipo de mobilização social, cultural e política devem ser catalisadores de atração dos jovens para o movimento sindical.
“O jovem da CSB precisa carregar consigo os princípios da Central, como a contribuição compulsória, a unicidade sindical e o fortalecimento dos sindicatos para um Brasil mais justo”, concluiu Neto.
A CSB criará um documento para oficializar os compromissos feitos no Encontro Nacional da Juventude. Está prevista também a criação de grupos regionais para debater assuntos específicos dos jovens e sua atuação pelo País, além de implementar cursos de formação política e acampamentos de jovens sindicalistas nos mais diversos estados.