Entidades reiteraram a Eduardo Leite, durante visita do chefe do executivo estadual à sede Federação, que o sistema de privatizações idealizado por ele não é a solução para sanar os problemas do Rio Grande do Sul
A seccional Rio Grande do Sul da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e a Federação Sindical dos Servidores Públicos do Estado do RGS (Fessergs) receberam em sua sede, na capital gaúcha, a visita do governador Eduardo Leite (PSDB). Durante encontro, que marcou a primeira visita de um governador em exercício à sede da Federação, as entidades sindicais entregaram a Leite carta de proposições e pauta dos servidores.
Apesar de reconhecer a importância do diálogo com o poder Executivo, o presidente das duas entidades, Sergio Arnoud, garantiu que Central e Federação continuarão combatentes contra as possíveis privatizações anunciadas pelo novo governo do estado.
“Nós deixamos claro que vamos defender firmemente as nossas posições. Respeitamos o posicionamento político dele, mas manifestamos que estaremos nas trincheiras contra essas privatizações. Não é entregando os seus patrimônios que o estado vai resolver o seu problema financeiro. A questão do Rio Grande do Sul é de receita, e não de despesa”, explicou o presidente das entidades.
Segundo Arnoud, antes de privatizar é necessário verificar as sonegações de impostos, que em 2018 foram de aproximadamente R$ 9 bilhões, e isenções fiscais, na casa dos R$ 15 bilhões, além da ausência de fiscalização no trânsito de mercadorias. “É muito dinheiro que falta no caixa e isso equivale a mais de quatro meses de arrecadação do Estado. É muito dinheiro que escapa”, completou.
Entre as proposições feitas pela CSB está a participação dos trabalhadores em todos os conselhos estaduais, que o reajuste do Piso Salarial nunca seja inferior ao índice de reposição do salário mínimo, a criação de um polo cerâmico para desenvolver as regiões carboníferas e uma reunião para tratar do trabalho informal realizado dentro do Ceasa.
Já pela Federação, entre outros, a argumentação foi pelo pagamento em dia e fim dos parcelamentos, reposição salarial, manutenção do IPE.
Para Sergio Arnoud, a visita demonstra a posição de destaque das entidades na defesa dos trabalhadores.
“Essa visita significa o reconhecimento da nossa importância política e estratégica no cenário do Rio Grande do Sul. Isso também é um sinal de crescimento dessas duas entidades no estado e uma quebra de gelo com o governo”, finalizou.
No estado, a CSB representa mais de 350 mil servidores públicos.