A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) conclama o povo brasileiro a defender o petróleo, ameaçado pela pressão de grupos estrangeiros que buscam ampliar sua presença no Pré-Sal, subtraindo do nosso país, em especial das futuras gerações, um patrimônio que deve ser utilizado para promover a independência econômica do Brasil.
É público que a nova diretoria da Petrobrás, sucumbindo à pressão dos grupos internacionais, decidiu colocar à venda seis blocos de petróleo, entre eles cinco do Pré-sal. Segundo a proposta, umas das partes mais importantes do negócio é a venda dos ativos de exploração e produção de petróleo, sob a coordenação do Bank of America Merrill Lynch, para multinacionais como Exxon, Shell e Statoil.
Este lastimável ato da Diretoria da Petrobras, passível de integrar a lista de crimes lesa-pátria, evidencia ainda mais que toda a campanha contra a estatal faz parte de uma orquestração de grupos estrangeiros interessados em tomar posse do petróleo brasileiro, acabando com a política de nacionalização dos componentes e limitando o potencial estratégico que esta riqueza representa para o povo do Brasil. Devemos punir os culpados pelos desvios, não punir o Brasil.
Já passamos por um momento político semelhante, onde os mesmos interesses se movimentaram para impedir a criação da Petrobras pelo presidente Getúlio Vargas. Foi com a campanha “O petróleo é nosso” que Vargas despertou a sociedade e ganhou as ruas, rompendo o discurso vigente de que apenas o capital privado ou internacional poderia construir e comandar uma organização nacional economicamente forte.
E por causa dessa imensa capacidade de pensar e fazer o Brasil caminhar com as próprias pernas, Getúlio Vargas foi perseguido pela “ameaça” que a recém-criada Petrobras representava para os escusos interesses internacionais, do capital privado e dos entreguistas da época. Vargas entregou sua própria vida em nome de um ideal de país, de uma nação próspera, apta a valorizar suas riquezas, justa e independente.
Agora, as mesmas aves de rapina assombram a autonomia do Brasil e permanecem à espera de uma chance para tomar aquilo que o Brasil levou 60 anos para consolidar. Por isso, a CSB condena veementemente a proposta da direção da Petrobras de entregar o patrimônio e a riqueza petrolífera brasileira nas mãos das multinacionais do petróleo.
A Central conclama a sociedade brasileira, o povo deste País, para se unir em defesa da Petrobras. É preciso lutar contra a venda, a entrega e o desmonte da estatal. O petróleo é e deve continuar sendo única e exclusivamente do Brasil. Em nome daquele homem que, há 61 anos deu sua vida pelo Brasil, é imprescindível que o País lute para que a história não se repita e os brasileiros sejam obrigados a presenciar mais um assassinato de Getúlio Vargas.
Central dos Sindicatos Brasileiros