O encontro visava traçar estratégias conjuntas na luta contra Jair Bolsonaro e o seu processo de destruição da democracia
A cada dia o governo de Jair Bolsonaro se radicaliza, flerta com o fascismo e atenta violentamente contra as instituições que garantem a democracia no Brasil. Os apoiadores desse governo vão no mesmo caminho, desrespeitando as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e pregando abertamente a violência contra aqueles que defendem os direitos e a democracia. A conjuntura é desesperadora e exige organização de todos os setores que não estão de acordo com os rumos que estão sendo tomados pelo Governo Federal.
Dessa forma, representantes de diversas instituições participaram de uma videoconferência cujo intuito era traçar estratégias de resistência contra a escalada autoritária que vem flagelando o povo brasileiro. O encontro aconteceu na última segunda-feira (02) e definiu, a partir das falas dessas diversas entidades, ações práticas contra o Bolsonarismo.
Estavam presentes as centrais sindicais (CSB, CTB, CUT, Força, Nova Central, UGT e Intersindical) juntas com o Dieese; a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), representada pelo advogado Felipe Santa Cruz; a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), representada pelo presidente Paulo Jerônimo de Souza; a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Estava presente também o movimento Direitos Já, que visa reunir diversas lideranças em defesa da democracia.
Pensando soluções
Representando a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), estava o presidente Antonio Neto. Em sua fala, Neto defendeu a organização de atos efetivos em defesa da democracia, e também denunciou os constantes ataques que os democratas vêm sofrendo. “As pessoas não podem mais gritar ‘Fora Bolsonaro’ que a polícia está batendo em transeuntes. Vimos esse exemplo no último domingo. Nós precisamos nos organizar. Temos que dar uma resposta mais rápida. Creio que as centrais podem ajudar muito nesse aspecto”.
Já Felipe Santa Cruz, presidente da OAB, ressaltou como é importante unir diferentes segmentos ideológicos, porém reconhecendo as dificuldades e os desafios que isso implica. “Há uma tentativa de criarmos uma frente pela democracia, porém completamente cientes das dificuldades que isso contempla. Sabemos que há diferentes leituras de mundo. Dessa forma elaboramos o movimento ‘Pacto pela democracia’”, disse Santa Cruz. Para o jurista, essa campanha seria focada em produção de material. Cada entidade, porém, poderia pensar suas próprias ações e narrativas.
Dentre as ações propostas, foi pensado também um ato no Supremo Tribunal Federal (STF). “Comecei a pensar em um ato no STF, em defesa das instituições”, disse.
A proposta, por sua vez, foi apoiada por Antonio Neto. “A ideia que foi colocada pelo doutor Felipe Santa Cruz, de fazer um ato no Supremo, com todos, é muito interessante pois dá uma resposta urgente a essas questões. Vimos em outros países que é possível fazer manifestações respeitando as normas de segurança da OMS, com itens de segurança e distanciamento”, finalizou Neto.