Sindicatos aguardam resposta do patronal para iniciar greve geral
Trabalhadores de diversas categorias da saúde do estado do Rio Grande do Sul realizaram um ato unificado na última terça-feira (28), em Porto Alegre, para exigir uma contraproposta do sindicato patronal em relação ao reajuste salarial de 2016. Além de paralisações nos cinco maiores hospitais do estado, houve também uma caminhada que teve início no Hospital das Clínicas e terminou em frente à sede do Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa). Aproximadamente 300 pessoas, de mais de 14 categorias, participaram dessa marcha, que também protestava em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS).
Com palavras de ordem e apoio total da população, que fazia acenos das janelas dos prédios e barulho com as buzinas de seus automóveis, a mobilização pegou os representantes do patronal de surpresa, obrigando-os a se reunir com os representantes sindicais. Durante essa reunião foi apresentada a proposta unificada de reposição integral da inflação e aumento real, totalizando 15% de reajuste.
Em uma primeira rodada de negociação, o sindicato patronal, que reúne as direções dos hospitais públicos e privados, fez uma proposta de 3%, parcelado em três vezes. Proposta essa que foi reprovada de imediato.
“O patronal quer fazer essa negociação de forma separada, e isso nós não vamos aceitar. O movimento é unificado, e nós não vamos pagar pela crise. Os hospitais receberam repasses, e os trabalhadores precisam ter reajuste salarial”, disse Eliane Gerber, presidente do Sindicato dos Assistentes Sociais do Rio Grande do Sul e 1ª secretária da Mulher Trabalhadora da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).
Os trabalhadores do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), que hoje é o maior complexo hospitalar e que atende 100% pelo SUS, estiveram mobilizados em frente ao hospital e fizeram parte da marcha com faixas que exigiam os 15% de reajuste, melhores condições de trabalho e um SUS de qualidade. Além do GHC, estiveram presentes no ato os funcionários do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e da Santa Casa de Misericórdia.
Trabalhadores de diversos hospitais da capital e região metropolitana também prestaram seu apoio à manifestação e insatisfação pela proposta abaixo de um terço da inflação do período, que foi de 9,91%.
Uma nova assembleia geral e unificada dos trabalhadores da saúde deve acontecer nos próximos dias. Eles irão analisar uma contraproposta, que deve ser elaborada pelo patronal até o final de semana.
“Se os patronais não apresentarem essa contraproposta para seguirmos com as negociações, não está descartada uma greve geral, já que o estado de greve foi declarado na nossa última assembleia unificada”, completou Eliane.
Além dos assistentes sociais, estão envolvidos nas negociações unificadas os médicos, enfermeiros, administradores, nutricionistas, fisioterapeutas, técnicos em saúde do trabalho, técnicos em radiologia, técnicos de enfermagem, higienizadores, entre outros profissionais.