Direitos Humanos debate políticas voltadas à assistência médica e psicológica dos profissionais de segurança pública

Evento abriu espaço a contribuições de diferentes corporações para a melhoria dos serviços de segurança pública tanto para a sociedade como para seus próprios integrantes

 

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados deu prosseguimento à agenda de debates sobre as condições de trabalho dos profissionais de segurança pública do país. Nesta quarta-feira (8), os trabalhadores da área tiveram oportunidade para falar sobre as dificuldades que enfrentam no dia a dia, o que muitas vezes, segundo os próprios agentes de segurança, não é possível em razão das “questões internas” das instituições.

A iniciativa do Presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), de propor a audiência pública, foi elogiada pelos trabalhadores da segurança pública, que lembraram que medidas como essa contribuem para melhorar a imagem dos policiais junto à sociedade. Pimenta afirmou que o objetivo é abrir um debate amplo sobre as políticas públicas voltadas à segurança, assistência médica e psicológica desses profissionais. O deputado federal Lincoln Portela (PR-MG) classificou a atividade como “um momento histórico” para a Comissão de Direitos Humanos.

Mais concursos públicos

Representantes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, de Policiais Militares e Bombeiros, Polícia Civil, da Receita Federal e dos Agentes Penitenciários cobraram a realização de novos concursos públicos para repor o efetivo das instituições. Também destacaram as pressões psicológicas a que estão submetidos durante o cumprimento das escalas.

De acordo com o Presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul, Ubiratan Sanderson, um dos principais problemas enfrentados pelos policiais federais, hoje, é o aumento do número de suicídios entre seus servidores. “Em três anos, foram 20 suicídios”.

Para Sanderson, o Estatuto do Policial Civil da União é uma excrescência autoritária que é usada por superiores para constranger e assediar subordinados na Polícia Federal. “Não temos a quem recorrer, o regime da PF é mais rígido do que o das Forças Armadas. Quando buscamos alertá-los sobre nossa situação, eles nos dizem: reclamem para o bispo, ou então peçam para sair”, lamentou Sanderson.

Diretor da Federação Brasileira dos Servidores Penitenciário, José Roberto das Neves lembrou que a profissão do trabalhador penitenciário é a segunda profissão mais estressante do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. “Muitos agentes morrem antes de chegar à aposentadoria”, enfatizou.

Representante do Sindicato dos Analistas-Tributários da Receita Federal, Sergio Castro, pediu providências para implementação do pagamento do adicional de fronteira. A lei de 2013, que institui a indenização para os profissionais que trabalham em regiões transfronteiriças, aguarda regulamentação.

Lei transforma em hediondo crime contra policiais

Ontem (7), a presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei nº 13.142 que agrava as sanções para os crimes de homicídio e lesão corporal praticados contra profissionais de segurança pública e seus familiares. Para o Deputado Paulo Pimenta, autor de um dos projetos que deu origem a esta lei, “é fundamental olharmos para a realidade dos agentes que, representando o Estado, cuidam da segurança de toda a sociedade”.

A nova lei traz maior proteção para os profissionais de segurança que estejam no exercício da função e para seus familiares (cônjuge, companheiro, parente consanguíneo até terceiro grau). E introduz duas mudanças no Código Penal, considerando homicídio qualificado o assassinato de profissionais de segurança pública, aumentando, a pena para esse tipo de crime – de 6 a 20 anos de reclusão para 12 a 30 anos; além de aumentar em um a dois terços a pena para o crime de lesão corporal.

Também é alterada a Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº 8.072/1990) para incluir no rol desses crimes o homicídio, a lesão corporal dolosa gravíssima e lesão corporal seguida de morte, quando praticados contra profissionais de segurança pública e seus familiares.

Fonte: CDHM – Assessoria de Comunicação

Compartilhe:

Leia mais
Chapa 1 fenapef
Chapa 1 vence eleição para diretoria da Fenapef com 62% dos votos válidos; veja resultados
STF pauta ações trabalhistas
Servidores públicos podem ser contratados via CLT e outros regimes, valida STF; entenda
reunião juizes de paz bahia csb
CSB-BA apoia regulamentação da profissão de juiz de paz em reunião com governo do estado
pesquisa prioridades profissinais de TI Fenati
Fenati chama profissionais de TI para definir prioridades de atuação dos sindicatos; saiba
juros altos famílias endividadas
Juros altos mantêm famílias endividadas, diz CNC; Copom deve elevar Selic nesta quarta
audiencia ministério do trabalho prevenção acidentes motociclistas
Audiência no MTE discute prevenção de acidentes com motociclistas profissionais
Debate ALMG PL 2238 servidores Ipsemg
Na ALGM, Sindicato dos Servidores do Ipsemg defende valorização da carreira
Luiz Marinho nega mudança seguro-desemprego
"Deveriam estudar legislação", diz Marinho sobre ideias que mudariam seguro-desemprego
Nota tecnica 09 conalis mpt resumo
Procurador do Trabalho resume principais pontos da Nota Técnica nº 09 da Conalis; entenda
TRT 15 Campinas
Há 80 anos, caso de assédio moral inaugurou Justiça do Trabalho em Campinas