Imóveis populares foram preservados do aumento: governo tenta proteger a economia das classes menos favorecidas
O coordenador de atendimento sindical do Dieese e comentarista de economia da Rádio Brasil Atual Airton Santos prevê que o aumento de juros para a compra de imóveis, anunciado pela Caixa Econômica Federal e que passa a valer a partir de hoje (19), deve acarretar queda na demanda e impacto negativo para o mercado imobiliário.
Santos afirma que a decisão faz parte da política fiscal do governo em conter gastos e aumentar receitas, além da tentativa de contenção da inflação. Com os empréstimos mais caros, a demanda deve se retrair.
“Isso tem um reflexo na economia porque na medida que a demanda por novos imóveis diminui, a produção também deve diminuir; isso reflete no mercado imobiliário e pode haver um desaquecimento.” O especialista explica os impactos da elevação das taxas de juros, que podem chegar até 14,3%, encarecendo o preço final do imóvel nos novos contratos de financiamento, mas acredita que o impacto não deve ser agudo, apenas pondo fim ao boom imobiliário, que já desacelerava.
Contudo, Santos lembra que foram mantidos os juros anteriores para as linhas de crédito com recursos do FGTS e do Minha Casa, Minha Vida “Esse reajuste vai pegar imóveis da classe média. Foram preservados imóveis mais baratos, de acordo com a linha mais tradicional do governo de beneficiar as classes menos favorecidas, de renda mais baixa.”
Fonte: Rede Brasil Atual