Desoneração: trabalhadores temem a volta da ‘pejotização’ e das demissões em TI

Presidente da CSB diz que concentrará os esforços na manutenção da alíquota de 2% sobre a lei da desoneração da folha no setor de TI

A ‘reoneração’ da folha de pagamento, com a decisão da Câmara de não incluir o setor de TI nas exceções e o consequente aumento da alíquota de 2% para 4,5%, acende o sinal amarelo entre os representantes sindicais dos trabalhadores. Em entrevista ao portal Convergência Digital, o presidente do Sindpd(Sindicato dos Trabalhadores de São Paulo), Antonio Neto, assume que há um grande temor da volta da ‘pejotização’ nas empresas do setor de TI.

“A desoneração permitiu uma formalização que gerou milhares de emprego. Nós trouxemos mais receita para o FGTS, para o Imposto de Renda, mas a Fazenda não enxergou isso. Ela só olhou para o INSS, e com um olhar equivocado. Nós fomos superavitários. A Fazenda jogou pesado contra nós. Foi uma pressão grande”, lamentou Neto. Apesar de preocupado, o Sindpd não joga a toalha.

Agora, o trabalho será no Senado. “Vamos nos unir ainda mais e tentar sensibilizar os senadores. Esperamos mostrar para eles que a leitura da Fazenda foi equivocada”, pontuou Neto. Indagado sobre possíveis demissões no setor – a Brasscom disse que, em dois anos, pelo menos 80 mil vagas podem ser extintas caso o aumento do imposto se concretize – o presidente do Sindpd afirma que o momento é muito delicado.

“O patronato sempre dá respostas muito ruins quando são espremidos tributariamente. Mas todos os funcionários que foram formalizados estão cientes dos benefícios conquistados. Mas não podemos descartar o risco de demissão. O setor de TIC tem seus projetos e está ainda com tendência de crescimento, é nisso que estamos apostando, já houve uma retração nos três primeiros meses e as ações do governo induzem às demissões”, completou o presidente do Sindpd.

Fonte: Convergência Digital

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