Desemprego cresce após seis trimestres em queda; informais são mais afetados

Desemprego cresce após seis trimestres em queda – O desemprego voltou a crescer este ano e encerrou o último trimestre (de dezembro a fevereiro) em 8,6%. O índice representa uma alta de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. Em janeiro, a taxa de desemprego estava em 8,4%.

Os dados são da última Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgados nesta sexta-feira (31) pelo IBGE. Este é o primeiro trimestre que registrou aumento após seis quedas consecutivas.

Também houve aumento na taxa de desocupados, que cresceu 5,5%, com número total de 9,2 milhões de pessoas. Por outro lado, o número de ocupados caiu 1,6%, com 1,6 milhão de pessoas saindo do mercado de trabalho.

Desta forma, a taxa de ocupação da população em idade de trabalhar fechou o trimestre em 56,5%, uma queda de 1% em relação ao trimestre anterior.

De acordo com a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, o aumento do desemprego é resultado de um movimento sazonal, que é comum em início de ano.

Ela afirma que os dados refletem a dispensa de trabalhadores temporários que são contratados no fim do ano, assim como uma procura maior por vagas, lembrando que o índice de desemprego leva em consideração apenas as pessoas que estão em busca de trabalho.

“As prefeituras usam muito contratos temporários. Professores, merendeiras, inspetores, assistentes administrativos, por exemplo, são contratados a partir de março, e muitos deles são dispensados em dezembro e janeiro para serem recontratados no ano seguinte. Isso gera um ciclo na administração pública”. explicou.

Recuo atingiu informais

As categorias de emprego que mais fecharam postos de trabalho no último trimestre foram o emprego sem carteira de trabalho no setor público (-14,6%, ou 457 mil pessoas dispensadas), emprego sem carteira assinada no setor privado (-2,6%, ou 349 mil pessoas) e o trabalho por conta própria com CNPJ (-4,8%, ou 330 mil pessoas).

Por outro lado, o número de empregados no setor privado com carteira assinada ficou estável, após seis trimestres de crescimento. O freio pode ser explicado pela queda da atividade industrial, que costuma ser o setor que mais oferece vagas formais.

Em fevereiro, foram criados 241 mil novos empregos com carteira assinada, de acordo com o Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Esse saldo é resultado de 1.949.844 contratações e de 1.708.059 desligamentos no período.

O número de trabalhadores em regime CLT fechou fevereiro em 42,7 milhões, um aumento de 0,57% de em relação a janeiro.

Apesar do saldo positivo de vagas, esse número é 31,6% menos do que o registrado em fevereiro de 2022, quando foram criados 353 mil empregos com carteira assinada.

Leia também: Em ato contra juros altos, CSB cobra revogação das maldades da Reforma Trabalhista

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