Desemprego baixo eleva a fatia dos salários na renda

A disputa das empresas pelo trabalhador qualificado permitiu que a renda dos salários ganhasse força. A tendência, iniciada em 2010, não arrefeceu neste ano.

Os economistas Gabriel Leal e Rodrigo Leandro de Moura, da FGV-RJ, calcularam a contribuição de salários, benefícios sociais e aposentadorias para a renda total desde 2003 –primeiro ano completo com as atuais estatísticas de emprego do IBGE.

E concluíram que, após o fundo do poço, em 2009, a participação dos ganhos dos trabalhadores na renda total parou de cair e vem se reerguendo lentamente.

Há dois anos, o rendimento do trabalho cresce mais do que a renda dos beneficiários da Previdência Social.
De janeiro a maio deste ano, mesmo com o impacto do aumento do salário mínimo sobre as pensões e aposentadorias, a renda do trabalho aumentou mais: 6,7%, ante 6,2% da Previdência. Só perdeu para os benefícios sociais, que cresceram 10,3%.

Não foi sempre assim. Entre 2003 e 2011, a renda do trabalho cresceu, em média, 5,4% por ano e a obtida com as aposentadorias, 8,8%. Os benefícios sociais, cuja ampliação ocorreu no governo Lula, aumentaram 17,9% no mesmo período.

Para economistas, é o mercado de trabalho aquecido, mesmo com a crise, que dá poder aos salários na renda.

Desde 2010, os empregos crescem mais do que a oferta de mão de obra. Isso baixou a taxa de desemprego a níveis recordes e, para o analista Caio Machado, da consultoria LCA, essa é uma mudança estrutural. Por isso,tem fôlego para prosseguir apesar da desaceleração.
“O jovem está retardando a entrada no mercado para se qualificar mais, o que reduz a pressão sobre o emprego.”

SALÁRIO MÍNIMO

Com a previsão de reaquecimento da economia e um aumento mais moderado do salário mínimo em 2013 –2,7% em termos reais (descontada a inflação), segundo a regra em vigor –, a tendência é que o trabalho ganhe mais espaço na renda total.

O movimento é avaliado como virtuoso, pois indica que o crescimento da renda ocorre pela expansão da economia –e não dos impostos recolhidos para financiar os benefícios estatais.

Entre 2003 e 2011, a renda total (cujo nome técnico é massa de rendimentos ampliada) cresceu, em média, 6,6% por ano.

O economista Marcelo Caetano, do Ipea, afirma, contudo, que o avanço da renda do trabalho depende do que ocorrerá no mercado de trabalho nos próximos meses.

“Se a economia continuar crescendo menos de 2%, será difícil que o mercado de trabalho continue aquecido.”

Fonte: Folha de São Paulo

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