Palestrante falou sobre a importância de noções administrativas para dirigentes sindicais
Com o objetivo de debater o tema “Noções de Administração Sindical”, a auditora do Ministério do Trabalho Dra. Vilma Dias subiu novamente ao palco do Congresso Estadual de Santa Catarina, nesta quinta-feira (6). Comparando o funcionamento dos sindicatos ao de uma empresa, Dias destacou que os objetivos e interesses entre ambas as organizações são distintos, mas as similaridades orgânicas exigem uma administração pautada por um planejamento estratégico.
“Embora sem finalidade lucrativa, o sindicato tem direitos, deveres, responsabilidades, patrimônio, filiados, estatuto, tudo como uma pessoa jurídica. Administrar uma entidade sindical não é tarefa fácil. Embora com finalidade diversa, as entidades sindicais, assim como as empresas privadas, precisam ser administradas de forma eficaz. O próprio estatuto das entidades pode trazer alguns regramentos que auxiliam o Presidente sindical, juntamente com seus diretores, na gestão das entidades. Mas, geralmente, essas regras são insuficientes”, analisa a auditora.
Previsto no artigo 513 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), as entidades sindicais já possuem um papel e uma estrutura determinados. Compostos por diretoria, assembleia geral e conselho fiscal, os sindicatos devem representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias, os interesses gerais da respectiva categoria ou profissão liberal ou interesses individuais dos associados relativos á atividade ou profissão exercida, tendo na figura do delegado sindical o elo entre entidade e trabalhadores.
Mas para Vilma Dias, é preciso ainda mais: que os sindicatos sejam capazes de atenderem às demandas da população para conseguirem fidelizar o seu público-alvo. Segundo a auditora, “é necessário pensar no desafio da administração, ter consciência e visão estratégica”.
“Plano de marketing para reter e conquistar novos sócios; banco de dados eficiente para controle de informações que ajudem na tomada de decisões; criação de departamentos, como o de TI, RH, Comunicação; desenvolvimento e retenção de talentos, essas, entre outras coisas, são elementos-chaves para gerir a entidade de tal maneira que se estreitem o relacionamento com o público, com os trabalhadores. E é aí que entra o planejamento estratégico. Para administrar tudo isso com sucesso, eu preciso analisar minha instituição hoje e saber onde quero chegar amanhã”, explica.
Estabelecer diretrizes, missão, visão, valores, metas a longo e curto prazo; analisar as forças, oportunidades, fraquezas e ameaças da entidade (a chamada análise FOFA ou SWOT) são passos indispensáveis para a execução de planos e alcance dos objetivos. Segundo Vilma Dias, se qualificar para gerir o sindicato de forma eficiente “pode significar o aumento da representatividade da entidade, a eficácia na defesa dos interesses das categorias profissionais e o aumento de serviços prestados”.
“Qual é o caminho para me relacionar com os trabalhadores? Oferecer assistência jurídica, palestras, convênios, fazer parcerias com empresas, faculdades, outras entidades sindicais? Ser transparente em todas as iniciativas, fazer uma gestão participativa, reuniões itinerantes, estar presente nas redes sociais, tudo isso conta para atrair e manter associados. E este é um debate importante, que deve ser aprofundado pelos dirigentes de determinado sindicato para responder às questões: onde estamos? Onde queremos chegar? Como fazer para chegar lá? É preciso refletir, é preciso discutir, é preciso decidir”, concluiu.