Cúpula do Mercosul se reúne nesta quarta

Dilma vai assumir a presidência pro tempore do bloco para os próximos seis meses, cargo até então ocupado por Cristina Kirchner, presidenta da Argentina

A presidenta Dilma Rousseff participa nesta quarta-feira (17) da Cerimônia de Abertura da XLVII Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados. O evento começa às 11h e acontece no Centro Cultural y de Convenciones de Entre Ríos, em Paraná, Província de Entre Ríos, na Argentina. 

Na ocasião, a presidenta Dilma passará a ocupar a presidência pro tempore do bloco para os próximos seis meses, cargo que estava sendo ocupado pela presidenta argentina Cristina Kirchner.

A incorporação da Bolívia, como sexto país membro do Mercosul,será outro assunto importante levantado na Cúpula do bloco regional integrado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e  Venezuela.

O encontro ocorre em um momento de renovação política e de dificuldades econômicas, em que o comércio entre os cinco membros registrou queda de 20%, mas os governos vão reafirmar o compromisso com a integração regional.

Uma das medidas de integração vai a ser a criação da placa do Mercosul, que todos os veículos novos do Brasil serão obrigados a usar a partir de janeiro de 2016.  A Argentina – que nesta reunião entregará a presidência pro tempore do Mercosul ao Brasil – também preparou uma cartilha para o cidadão comum, explicando o que é preciso fazer para circular livremente pelo bloco econômico, conseguir trabalho, produzir e comercializar sem enfrentar travas.

Apesar dos avanços, ainda falta muito para que, por exemplo, um brasileiro que estudou na Argentina consiga validar facilmente seu diploma no Brasil, ou possa exercer a profissão em todo o Mercosul.

Em entrevista exclusiva ao Blog do Planalto, o subsecretário-geral para a América do Sul, Central e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Antônio Simões, destacou que, além de um importante caráter comercial e econômico, o Mercosul possui também uma forte conotação social e cidadã.

“Nós estamos trabalhando para a criação de uma unidade ou de um pensamento do Mercosul que muitas vezes não é discutido por nós, que é o Mercosul das pessoas. Esse é o que vai ficar. O Mercosul das disputas comerciais sempre vai existir, agora esse Mercosul das pessoas é que o definitivo”, afirmou.

Além disso, o embaixador ressaltou a necessidade do fortalecimento da integração dos países do Mercosul para enfrentar os desafios que vêm sendo impostos pela forte crise internacional.

“Certamente, uma das reflexões que os chefes de Estado vão fazer  é como um processo de integração pode nos ajudar no cenário atual que se encontra a economia mundial, em que você tem alguns mercados de ‘comodities’ que estão diminuindo. Há certas dificuldades que precisam ser superadas e há muitas coisas que nós podemos fazer em conjunto em relação a isso, justamente para superar este cenário”, avaliou.

Acordos Comerciais

Além de avanços relacionados à cidadania da população do Mercosul, estão previstas para a 47ª reunião de Cúpula do bloco a assinatura de acordos de preferências tarifárias com o Líbano e com a Tunísia.

Além disso, o Mercosul deve firmar um acordo que prevê relações comerciais futuras com a União Euroasiática, bloco econômico que integrará Rússia, Cazaquistão, Bielarus e Armênia. Outra medida prevista é a aprovação de um programa de integração produtiva para o setor de brinquedos, o que deve reduzir a importação atual de produtos da China.

O bloco também prevê a criação de programas de integração produtiva semelhantes para os setores têxtil, de softwares, calçados e cosméticos.

Novo integrante

O presidente da Bolívia, Evo Morales, também participará da cúpula e quer que o Mercosul incorpore seu país, mas enfrenta a resistência do Paraguai.

Os governos dos outros países do Mercosul aprovaram a entrada da Bolívia quando o Paraguai estava suspenso do bloco – por causa do golpe parlamentar contra o ex-presidente Fernando Lugo. Agora, o Paraguai quer renegociar os termos de adesão e as delegações diplomáticas estão buscando uma fórmula de consenso.

Se todos os governos estiverem de acordo, vai faltar ainda a ratificação parlamentar. Os congressos da Argentina, do Uruguai e da Venezuela já votaram a favor.  O Congresso brasileiro ainda não examinou a questão, mas o principal será conseguir o apoio do Paraguai.

Fonte: Portal Brasil

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