Centrais sindicais, confederações, federações e sindicalistas de trabalhadores por todo o Brasil estão na luta contra a Proposta de Emeneda Constitucional 287/2016, da reforma da Previdência, que chegou ao Congresso Nacional em dezembro de 2016 e tramita em caráter de urgência. Como se não bastassem, eles estão conclamando a população para ir às ruas e se manifestar contra as mudanças, que só penalizam os trabalhadores brasileiros.
“Além disso, os números reais da Previdência demonstram que não há nenhum déficit como as autoridades dizem. O que ocorre é um desvio muito grande de recursos previdenciários, para cobrir sim outros rombos do governo federal. E isso não pode ser pago pelo trabalhador com sua aposentadoria tardia”, critica José Lucas da Silva, presidente da Central do Sindicatos Brasileiros – CSB em Mato Grosso do Sul e presidente da Feintramag MS/MT.
Ele anunciou audiências públicas em Brasília nos dias 6 e 7 de março, para discutir o assunto e nos dias 30 e 31 de março, convocação da CNTC, também em Brasília, para discutir o assunto e esclarecer todos os pontos da proposta do governo, suas consequências e a real situação da previdência social no Brasil, “que, insisto, não é deficitária. Por isso não pode penalizar o trabalhador que pode morrer trabalhando, pelo sistema que o Governo quer implantar”, argumentou.
José Lucas foi mais longe, disse que se a reforma passar, 90% dos trabalhadores que hoje estão no mercado, não conseguirão se aposentar, pois terão que trabalhar tanto que a maioria morrerá antes de alcançar esse direito pleno, afirma o sindicalista. “O povo brasileiro precisa acordar para essa grande ameaça e somar força conosco, indo para as ruas, se manifestando em suas organizações para que a nação fale em alto e bom som: Não para a reforma previdenciária”, critica.
Ele diz também que é preciso ver se nessa proposta de reforma, as aposentadorias de deputados, senadores, parlamentares em geral, e o poder judiciário estão inclusos nessa rigorosa matemática da aposentadoria depois dos 65 anos de idade e com mais de 40 anos de contribuição.
O presidente da CSB/MS disse também que o movimento sindical brasileiro já levantou e divulgou que a Previdência Social possui incontáveis imóveis públicos que valem mais de R$ 20 bilhões. “E essa estimativa de valores é real e calculada por baixo. Esses recursos poderiam também ser incorporados ao órgão e consequentemente, reduzida a penalidade sobre o lombo do trabalhador”, afirma.
Fonte: Correio de Corumbá