“A CSB tem um trabalho consolidado em todas as regiões de Minas Gerais, seja na capital ou no interior”, diz Cosme Nogueira

Presidente da Seccional Minas Gerais da CSB garante que as dificuldades se transformam em motivação na hora da luta

Quarto estado em área territorial, com 586.528km² e segundo em número de habitantes (20,87 milhões), segundo o IBGE, o estado de Minas Gerais foi o sétimo estado a realizar o congresso estadual da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e aformar uma nova diretoria Seccional. À frente da diretoria, Cosme Nogueira, em entrevista, faz uma avaliação do trabalho produzido nesses 6 meses da Regional, aponta os desafios que o estado tem pela frente e declara que as dificuldades de comandar um estado tão grande o motiva ainda mais na luta pelos trabalhadores.

Confira a seguir a entrevista com Cosme Nogueira, que também é secretário de Formação Sindical na Executiva Nacional e presidente da Federação dos Servidores Públicos de Minas Gerais (Feserp-MG).

1- Que avaliação você faz dos 6 meses à frente da Seccional Minas Gerais da CSB?

Cosme Nogueira – A avaliação é positiva e de muito trabalho. Apesar das dificuldades, o trabalho não para. A CSB está crescendo e isso me deixa muito feliz. O congresso foi muito positivo e ele contribuiu muito para que a Central começasse a crescer.

2- Quais foram os principais desafios enfrentados pela Seccional neste período?

C.N. –  Os maiores desafios estão ligados à onda de retrocesso que a classe trabalhadora está sofrendo. O governo está retirando direitos com as reformas da Previdência e trabalhista. A prática antissindical do governo ao interferir e tentar retirar a forma de custeio das entidades sindicais. Isso dificulta muito, pois paira uma incerteza.

3- Existe algum projeto de crescimento da Central no estado e como será esta estrutura?

C.N. – Trabalhar em conjunto, esta é melhor maneira que existe. Trabalhar com as entidades filiadas e discutir no conjunto as estratégias. Antes do congresso, a CSB já estava crescendo; após, a Seccional cresceu mais porque o congresso foi uma apresentação do que a CSB já vinha fazendo e o que se propunha a fazer, que é a qualificação dos dirigentes, dos militantes e o apoio às entidades sindicais. A grande marca da CSB para o crescimento é que somos uma central para os sindicatos, uma central plural, aquela central que sempre tem espaço para os que vêm chegando. As pessoas se sentem prestigiadas e integradas. E as entidades conhecem a Central através do trabalho que a gente realiza nos movimentos, nos atos públicos, nos processos eleitorais, sempre com a bandeira da CSB, seja na capital ou no interior. Isso divulga o trabalho da Central. Nós temos também um grande presidente, Antonio Neto, que é hoje a maior liderança do movimento sindical e isso também ajuda, porque quando você tem a frente um grande líder, isso faz a diferença.

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4- Quais são as conquistas da Seccional?

C.N. – Nós já temos uma sede em Belo Horizonte, que além de sede é uma pousada que serve para hospedar os companheiros do interior quando vêm até a capital. Temos veículos plotados com a marca CSB em todas as regiões de Minas. A CSB tem um trabalho consolidado em todas as regiões, seja na capital, na grande Belo Horizonte, no centro-oeste, noroeste, na região do triângulo mineiro, no Alto Paranaíba, no Pontal do Triângulo, na Zona da Mata, Vale do Mucuri, no Norte, Leste, entre outras, e somos conhecidos por isso.

5- Minas Gerais é um estado com 853 municípios. Você vê isso como uma dificuldade ou uma grande oportunidade de crescimento?

C.N. –  Ao mesmo tempo que é dificuldade, você fazer uma viagem de 15 horas, pegar estrada de chão, atravessar o Rio São Francisco de balsa para poder atender uma cidade, isso se torna motivação para desempenhar o trabalho. A motivação se transforma em resultado porque o trabalho é bem feito.

6- Apesar da suspensão da votação da reforma da Previdência, como a Seccional está preparada para o enfretamento caso o tema volte à pauta?        

C.N. –  Nós estamos preparados para fazer enfrentamento até porque, em 2017, a Seccional Minas Gerais foi a que mais organizou caravana para Brasília; foram um total de sete. Nós aqui já estamos aquecidos para este embate. Nossos sindicatos já foram orientados e sabemos das dificuldades, mas nada vai nos impedir. Estamos preparados para luta. Vem quente que eu estou fervendo!

7- Em relação à reforma trabalhista, como a Seccional tem trabalhado para minimizar as perdas de direitos e reduzir o impacto nos sindicatos?

C.N. – A forma de custeio afeta a vida do sindicato, mas o centro da discussão está na retirada de direito dos trabalhadores. Mas nós sabemos também que a classe patronal foi enganada com esta reforma, e nós consideramos que ela não vai dar o que o governo esperava. Nós não tivemos aumento de emprego, tivemos aumento na informalidade, e isso não trouxe desenvolvimento. Estamos trabalhando na conscientização dos trabalhadores e da sociedade de uma maneira geral. A Seccional vem orientando seus sindicatos a promover reuniões nos locais de trabalhos e orientando os trabalhadores para serem agentes multiplicadores dessa conscientização.

8- Você pode citar ações de âmbito estadual, nas quais a Seccional participa diretamente?

C.N. – A CSB Minas Gerais esteve presente na luta contra a privatização de algumas Usinas da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), nas lutas travadas pelos servidores do estado de Minas Gerais e pelos servidores municipais. Tivemos engajados na luta na questão das mulheres no estado e na questão da igualdade racial, estivemos em pleno movimento apoiando os movimentos que estão ligados ao tema.

9- O que esperar para 2018?

C.N. – Eu defino a situação no País assim: nós estamos em um barco à deriva, numa noite chuvosa e escura, mas lá longe tem luz, a luz é a eleição de 2018, onde o povo brasileiro pode dar uma grande resposta para esses políticos antipatriotas e eleger um governo mais progressista, mas não somente o presidente, mas promover uma grande renovação no Congresso Nacional também, e essa é uma das lutas.

10- Qual recado você deixa para os trabalhadores brasileiros?

C.N. – Muito trabalho, muito trabalho, vamos resistir. A eleição de 2018 será o grande momento da sociedade dar resposta a esses políticos que ocuparam Brasília para simplesmente tirar direitos dos trabalhadores e vender nossas riquezas e desfazer nosso patrimônio público.

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