Entidades definiram estratégias para o Dia Nacional de Paralisação contra as reformas da Previdência e trabalhista
Dirigentes sindicais de diversas entidades filiadas à Central dos Sindicatos Brasileiros estiveram reunidos, na tarde desta quarta-feira (30), em São Paulo, para discutir detalhes sobre as manifestações que a CSB realizará no 28 de abril, Dia Nacional de Paralisação contra as reformas da Previdência, trabalhista e terceirização.
Após debates, foi aprovado por consenso uma agenda de mobilização para levar efetivamente a greve geral aos trabalhadores e à sociedade, a fim de fazer uma paralisação histórica contra as propostas de retrocessos nos direitos trabalhistas propostos pelo governo. Participarão da greve as mais variadas categorias, dentre elas metalúrgicos, os químicos, trabalhadores da segurança pública, vestuário, do setor da Tecnologia da Informação e de transportes. Também foi ressaltado que todos os ramos de atividade são fundamentais e imprescindíveis para o sucesso da mobilização.
Durante a reunião, a CSB manifestou a importância de que a mobilização chegue em todos os municípios e estados do Brasil. “Temos que dar uma resposta de impacto para as propostas de reforma da Previdência, trabalhista e política. Nenhuma dessas reformas atende o interesse do trabalhador e do povo brasileiro. Temos que demonstrar a nossa indignação contra esses retrocessos e desmandos do governo”, disse Antonio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros.
O dirigente explicou que a reforma trabalhista é mais cruel e muito pior que a reforma da Previdência. “Ela leva todas as esferas da relação de trabalho para o lado individual. Ou seja, o trabalhador que é o lado mais frágil da relação trabalhador empregado ficará mais fragilizado. Um exemplo, o trabalhador irá negociar individualmente com a empresa o banco de horas, o salário, e, além disso, ainda terá que assinar todo final de ano papel dizendo que a empresa não tem nenhum débito com o trabalhador. Isso é risco para o trabalhador. O direito coletivo deixará de existir. A reforma trabalhista também ataca fortemente os sindicatos. O povo está unido contra esses retrocessos e nós sindicalistas temos que nos unir e lutar contra as reformas”, afirmou Neto.
Alvaro Egea, secretário-geral da CSB, conclamou os trabalhadores de todo o Brasil a participar da paralisação do dia 28 de abril. “Não podemos assistir tudo de forma pacífica. Essa greve vai marcar a história do nosso país por conta da unificação de todas as centrais e dos trabalhadores. Essa paralisação é uma resposta da sociedade contra esse turbilhão de retrocessos propostos pelo governo”.
Segundo Igor Tiago Pereira, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba e Região (SindMetal Itatiba), é muito importante que os trabalhadores paralisem as atividades. “É fundamental que todos os sindicatos façam uma mobilização na sua base, que faça uma manifestação na cidade em que atua, que feche o sindicato nesta data, que os trabalhadores saiam para as ruas e protestem. Desta forma, o governo irá sentir a força do trabalhador e escutar as vozes da rua, por isso é preciso que todos os brasileiros se unam no dia 28 de abril e mostrem sua insatisfação com os projetos de lei que estão correndo a passos largos no Congresso”, disse.
Os trabalhadores irão pagar uma conta que não é deles – afirmou Pedro Petrere, presidente do Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Paulo (SOESP). “Temos que estancar essa devastação feita pelo governo. O empenho de todas as categorias nessa paralisação será fundamental. Não podemos falhar, todos devem articular suas bases para essa importante luta”.
Para Fábio Luis de Almeida, presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de São Paulo (SINPRF/SP), a mídia e o governo têm atacado os servidores públicos colocando eles como os responsáveis pelos problemas da Previdência. “Nós não somos os vilões da Previdência, não somos os marajás do sistema previdenciário. Os problemas da Previdência não são culpa dos trabalhadores. Além da mobilização do dia 28 abril, nós brasileiros temos que não votar em político que vota contra os trabalhadores. Os sindicatos têm que conscientizar suas bases sobre quem são esses políticos que estão atacando os nossos direitos”, concluiu.
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