CSB SP reúne 65 entidades em Campinas para debater a reforma trabalhista

Só no Tribunal Regional da cidade os pedidos por dissídio coletivo aumentaram 300%, segundo desembargador Luis Henrique Rafael

A CSB SP realizou um encontro entre as entidades filiadas, na quarta-feira (23), em Campinas. Essa é a quarta cidade do estado a receber o evento. Araçatuba, Ribeirão Preto e Presidente Prudente também já tiveram oportunidade de reunir entidades da região para discutir a conjuntura econômica e política local além da reforma trabalhista, aprovada em 2017. O evento em Campinas conseguiu o marco de reunir 65 entidades.

Além de sindicatos da região, o evento contou com a presença de quatro federações, duas confederações e dos diretores da CSB e do Sindpd em Campinas Loide Mara Belchior e Ismael Antonio de Souza. Assim como nos encontros anteriores, duas palestras foram ministradas. Uma sobre Financiamento Sindical e Negociações Coletivas, com a advogada Augusta Raeffray, e outra sobre a reforma trabalhista, com o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-15), de Campinas, Luis Henrique Rafael.

Para o encontro em Campinas, as Negociações Coletivas foram incluídas como tema. O presidente da CSB SP, Igor Tiago Pereira, conta que foi muito importante essa inclusão. “Estamos mostrando a realidade do que está acontecendo com o movimento sindical e vimos que praticamente ninguém com data base no primeiro semestre fechou acordo. Foi importante esse debate porque tinha representação no evento e muitos questionamentos”.

Pereira chama atenção para a necessidade de mostrar união e saídas após a reforma trabalhista. “A maioria dos patrões tem a cabeça de querer arrancar direitos após a reforma. Eles acham que podem fazer o que bem entendem, e não é verdade. Estamos fazendo os sindicatos ir à base e lutar”, diz.

O dirigente afirma que a reforma trabalhista já apresenta efeitos nocivos. “O desembargador Rafael trouxe para a gente um dado alarmante. Na 15ª  do Tribunal Regional do Trabalho, onde atua, os pedidos por dissídio coletivo, quando não há acordo sem mediação para reajuste salarial e ou cláusulas sociais, aumentaram 300%”, afirma Pereira.

Novos filiados e próximo passo
O presidente da CSB SP diz que no evento foi confirmado, ainda, a filiação de nove novos sindicatos. O ganho é atribuído ao trabalho que a CSB vem fazendo e também a esses eventos. Segundo Pereira, os novos sindicatos são resultado da Confederação Nacional dos Servidores Públicos e da Federação dos Funcionários Públicos de São Paulo, filiados à CSB recentemente e que trouxeram os novos membros para a Central.  “Os sindicatos e as entidades maiores têm participado dos eventos em São Paulo e também vieram para Campinas. Eles viram que a CSB está trabalhando e se preocupa em fazer um trabalho próximo e diferente”, festeja Pereira.

O próximo passo da CSB SP será avaliar os quatro eventos feitos para analisar a conjuntura e a estrutura e seguir com o trabalho para mais cidades de forma ainda mais aprimorada.

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