Pelo quarto dia seguido, categoria paralisa estradas brasileiras contra o aumento abusivo nos combustíveis
Após 16 aumentos realizados pela Petrobrás nos preços dos combustíveis, caminhoneiros de todo País promovem, pelo quarto dia seguido, uma grande paralisação nas estradas brasileiras contra a disparada no preço do diesel, que faz parte da política de preços da Petrobrás, em vigor desde julho.
Reflexos dessas paralisações já são sentidos nas principais cidades brasileiras. Nos postos, já faltam combustíveis, e as frotas de ônibus estão circulando em número reduzido. Alguns aeroportos também correm o risco de terem suas atividades paradas por falta de combustível. Além disso, o abastecimento de alimentos também corre o risco de não chegar às prateleiras dos supermercados, e indústrias também interromperam suas produções por falta peças.
Em apoio à luta dos caminhoneiros, a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), por meio de suas entidades filiadas, realizações de apoio aos participantes do movimento em diversas cidades brasileiras. O presidente da Central, Antonio Neto, publicou em suas redes sociais um vídeo conclamando a base para ajudar no movimento.
“Quero manifestar todo nosso apoio e solidariedade ao movimento iniciado pelos caminhoneiros, em protesto contra o assalto a que somos submetidos todos os dias por esse governo. Essa luta deve ser aplaudida e apoiada por todo brasileiro que não aguenta mais tanto desrespeito. Conclamo os sindicatos a apoiarem este movimento”, falou Neto.
Em novembro de 2017, um movimento organizado pelo Sindicato dos Empregados em Transportes de Combustíveis Derivados de Petróleo, Materiais Inflamáveis e Perigosos do Estado de Goiás (SINDTANQUES-GO), realizado na região metropolitana de Goiânia, impediu a saída de caminhões de combustível das distribuidoras e o ato resultou na redução dos preços nas bombas. Seis meses depois, o SINDTANQUES-GO, que é filiado à CSB, voltou a se mobilizar e fechou novamente a saída dos caminhões que abastecem postos do estado.
Os dirigentes da Seccional também estão dando apoio logístico e de material para os membros do movimento.
Após mobilização apoiada pela CSB, preço dos combustíveis cai em Goiânia
“Todo estado de Goiás em termos de transporte de caminhões está parado. Se continuar a paralisação, vários munícipios ficarão sem combustível. As paralisações afetam a população, mas é um sacrifício necessário, o governo não pode continuar com esse desrespeito ao povo. Algo precisava ser feito, e essa paralisação mostra o anseio de toda a população, que tem aplaudido a mobilização. A CSB tem apoiado diretamente, nossos diretores estão envolvidos, pois entendemos a importância que é para a população em geral”, falou o presidente da Seccional, Sandro Jadir.
Em Santa Catarina, dirigentes da Regional também darão apoio aos caminhoneiros mobilizados no estado.
“Fizemos aquisição de alimentos e vamos levar para o movimento que está concentrado no trevo de Indaial (SC), onde tem mais 700 caminhões parados. Estamos levando café, leite, açúcar, além de pão para o pessoal se alimentar. Estamos fazendo o mesmo procedimento no trecho da Rodovia 282 com a 101. Nós abraçamos a causa e vamos auxiliar o pessoal durante este período de dificuldade”, disse Tomaz Viera, que é secretário de Finanças da Seccional.
No Paraná, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Sapopemba também prestou seu apoio aos caminhoneiros.
“Nós, que somos representantes da agricultura, estamos colocando à disposição o nosso apoio e solidariedade. Convocamos também nossos trabalhadores rurais para que venham fazer parte desta paralisação. O povo tem força”, disse Silvana Cândido, 1ª secretária dos Trabalhadores Rurais da Central.
Apesar de defender uma pauta mais ampla, o Sindimercosul também prestou sua solidariedade ao movimento, ajudou nas reuniões e na estrutura montada para o movimento em Uruguaiana (RS).
“Nós apoiamos logisticamente, emprestamos nossas barracas e coordenamos a primeira reunião deles. Somos
solidários, e é importante darmos apoio, pois o diesel atinge a todos, mesmo quem não tem carro ou caminhão depende do combustível, uma vez que 85% da mercadoria do Brasil chega sobre rodas”, falou Plínio Fontella, vice-presidente do Sindimercosul.
A Seccional Minas Gerais da CSB também prestou seu apoio e convocou seus filiados para se juntarem aos caminhoneiros.
“Por uma política justa nos preços dos combustíveis e melhores condições nas estradas, apoiamos a luta dos caminhoneiros, pois sabemos o quanto eles sofrem. Esse é o momento da classe trabalhadora e sindical aproveitarem o gancho e também ir às ruas contra este governo que rasgou a CLT”, defendeu Cosme Nogueira, presidente da Seccional.
Outras entidades filiadas à CSB, como a Federação dos Municipários do Estado do Rio Grande do Sul (FEMERGS), Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais de Minas Gerais (FESERP-MG), SIdicato dos Servidores Públicos Municipais de Tangará da Serra e o Sindicato dos Movimentadores de Mercadorias em Geral e dos Arrumadores de Santos, São Vicente, Guarujá, Cubatão, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Itariri, Pedro de Toledo, Miracatu, Ilha Comprida, Cananéia, Pariquera-Açú, Jacupiranga, Eldorado, Bertioga, São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba (SINTRAMMAR) também prestaram sua solidariedade por meio de notas de apoio ao movimento grevista.
Continue acompanhando a cobertura da paralisação aqui no site da CSB.
