Centrais sindicais e empresários apresentarão propostas para definir novo programa de governo
O secretário-chefe da Casa Civil do governo de São Paulo, Edson Aparecido, e o secretário de Estado do Emprego e das Relações de Trabalho, Carlos Andreu Ortiz, reuniram-se no dia 1° de abril, no Palácio dos Bandeirantes, com representantes da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Nova Central, Força Sindical e União Geral dos Trabalhadores (UGT) para propor uma mobilização por parte do setor produtivo (trabalhadores e empresários) junto ao governo para a elaboração de propostas em torno da competitividade do Estado de São Paulo.
“Começam a ser votadas pelo Senado medidas provisórias e PECs, cujo impacto delas é uma brutalidade. As empresas passarão a ter todo tipo de benefício, agora sancionado pelo Congresso Nacional, e vão para outros estados. Evidente que perde o Estado [SP] e também o trabalhador”, afirmou Aparecido.
Segundo o secretário da Casa Civil, esse conjunto de projetos significa uma perda de R$ 8 bilhões para os estados brasileiros, sendo que São Paulo perderia R$ 6,8 bilhões, ou seja, representaria uma parte bastante significativa desta fatia. “Para se ter uma ideia, caso a medida provisória 599 for aprovada nesta semana, o Estado deve perder R$ 2 bilhões em abril, no setor de comércio eletrônico, o que reflete no investimento e oferta de trabalho”, completou Aparecido.
O presidente da CSB, Antonio Neto, participou da reunião e solicitou aos secretários que enviem às centrais um quadro econômico sobre a situação atual do governo de São Paulo. “Precisamos ter conhecimento desse cenário, são números que não são amplamente divulgados”, contestou. Neto também trouxe à mesa a questão da distribuição dos royalties do petróleo: “Eu cobrei manifestações por conta do pré-sal, mas São Paulo não se mobilizou como o Rio de Janeiro”.
Visando ao desenvolvimento do Estado, o secretário disse que já foi realizada uma reunião sobre o assunto com todos os deputados federais e senadores de São Paulo. “Iniciamos a discussão sobre o Conselho Paulista de Competitividade e a formatação de uma iniciativa que seria, a princípio, um seminário com os trabalhadores. A proposta é que a gente apresente, em agosto, um programa de São Paulo com relação ao desenvolvimento da competitividade sob o ponto de vista dos trabalhadores e dos empresários. É necessária uma agenda comum, e o papel do Estado é compatibilizar essas duas agendas.”, explicou.
De acordo com o cronograma sugerido na reunião com as centrais sindicais, o seminário deve ocorrer até o início de junho para a discussão dos temas considerados mais relevantes, que serão discutidos com os secretários do Estado nas áreas de Energia, Transportes, Trabalho, Educação, Desenvolvimento Econômico, entre outras.
Os representantes das centrais devem se reunir novamente na próxima semana para a definição das pautas. “Importante a participação das centrais sindicais nesse processo. A CSB está presente e certamente contribuirá com o desenvolvimento do Estado, dos trabalhadores, principalmente na questão da capacitação de recursos humanos”, defendeu Neto.