Central pediu a suspensão imediata da tramitação do projeto na Casa
A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH) realizou, nesta terça-feira (23), audiência pública para discutir a reforma trabalhista, que está em tramitação na Casa. Representantes dos trabalhadores e movimentos sociais participaram do debate e se posicionaram contrários à proposta do governo.
A Central dos Sindicatos Brasileiros foi representada pelo vice-presidenteFlávio Werneck. Em sua participação, o dirigente se posicionou contrário à retirada de direitos proposta tanto pela reforma trabalhista quanto a previdenciária. “Todos os pontos apresentados pela proposta da reforma trabalhista representam a precarização. Nós, da CSB, queremos a suspensão imediata da tramitação das reformas da Previdência e trabalhista. Estamos em período de instabilidade e ilegitimidade política, não podemos permitir que a proposta de um governo que não representa a vontade da população continue tramitando no Congresso”, disse.
No Brasil, há 14 milhões de desempregados. De dezembro de 2015 a dezembro de 2016, cerca de 1,2 milhão de postos de trabalho foram fechados no País. “O governo precisa fazer algo para combater o desemprego e retomar o desenvolvimento econômico e tecnológico, porém nenhuma das soluções apresentadas pelo governo resolvem o problema do desemprego. As reformas não foram e nem tiveram o debate adequado com quem será diretamente afetado, que são os trabalhadores. São medidas que foram criadas por banqueiros e empresários. E eles querem enfiar goela abaixo um sistema de trabalho quase feudal, que tem por objetivo apenas o enriquecimento e aumento das margens de lucro dos bancos e empresas”, avaliou Werneck.
Para o vice-presidente da CSB, a reforma também vai acabar com a empregabilidade estável e com os postos de trabalho fixos, levando os trabalhadores à “sobreviverem de bicos”. Werneck avaliou que as novas modalidades de emprego regulamentadas pelo projeto também prejudicarão a economia ao fragilizar a segurança financeira das famílias. “Queremos emprego de qualidade, não um emprego qualquer. Qual trabalhador com contrato em tempo parcial, intermitente ou terceirizado pode ter a tranquilidade de comprar uma geladeira, um automóvel em 30 prestações? Quem vai ter a tranquilidade de entrar em um financiamento da casa própria? Não vai fazer. Temos que continuar a lutar contra os retrocessos”.