Negociações que tiveram início na Conferência Rio + 20 geraram documento com 17 objetivos e 169 metas
Após três anos de negociações entre os Estados-membros das Nações Unidas e a sociedade civil, foram divulgados aos movimentos sociais brasileiros, na última sexta-feira (14/08), os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos na “Agenda de Desenvolvimento para o Ano de 2030” da ONU. A comunicação dos 17 objetivos e das 169 metas foi feita durante a VIII Reunião do Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) sobre o cronograma de ações dos próximos quinze anos, em Brasília.
Representada pelo presidente do Sindicato dos Químicos, Químicos Industriais e Engenheiros Químicos do Estado de São Paulo (SINQUISP), Aelson Guaita, a CSB esteve presente no encontro conduzido pelo secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, o embaixador Sérgio Danese.
Segundo o discurso do secretário na reunião, as diretrizes são frutos de “anos de intensas discussões, que resultaram em um documento ambicioso, estruturado a partir de uma visão compartilhada sobre nosso futuro comum”. “Não pode haver prosperidade sem respeito à dignidade humana e ao nosso próprio planeta, ou seja, não pode mais haver desenvolvimento que não seja sustentável”, reforçou Danese.
Em seu discurso de abertura, o secretário-geral também destacou a importância do envolvimento de centrais e sindicatos no Grupo de Trabalho para a soberania nacional. “Nos dois anos de funcionamento, este GT abarcou amplamente o Executivo federal e recebeu decisivas contribuições dos Estados e Municípios, da sociedade civil, de movimentos sociais, do setor privado e da academia. Essa ativa participação da sociedade singularizou a atuação brasileira”, declarou o embaixador.
As negociações da Agenda de Desenvolvimento Pós-2015, que tiveram início na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20, em junho de 2012, deram origem aos seguintes objetivos:
- Erradicar a fome e a pobreza;
- Promover a agricultura sustentável, saúde, educação, igualdade de gênero;
- Garantir acesso à água, energia sustentável, ao saneamento básico;
- Crescimento econômico;
- Emprego;
- Industrialização;
- Mudança de padrões de consumo e produção;
- Conservação e uso sustentável dos ecossistemas marinhos e terrestres;
- Sociedades pacíficas e justas.
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), os ODS são baseados em consultas públicas em todo o mundo e têm como finalidade ampliar e aprofundar os Objetivos do Milênio (ODM), cujo planejamento não contou com a participação da sociedade. “Os ODS constituem um conjunto integrado e indivisível de prioridades globais para o desenvolvimento sustentável”, explica a rede ligada à ONU no site oficial do Programa.
Segundo o Itamaraty, o Brasil foi um dos países que “incorporaram de forma mais consistente a estratégia dos Objetivos do Milênio, e as suas políticas públicas nacionais obtiveram os mais significativos resultados em termos de inclusão social e melhoria das condições de vida das populações mais vulneráveis”. Para o embaixador Sérgio Danese, a experiência nacional “não só tem servido de exemplo para outros países, mas também nos conferiu forte legitimidade”.
A reunião ainda contou com a presença dos secretários executivos da Secretaria-Geral da Presidência da República e do Ministério da Fazenda, representantes do Ministério do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Social e Combate à fome e dos institutos IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). O oitavo encontro do GTI aconteceu no Auditório Embaixador João Augusto de Araújo de Castro, do Instituto Rio Branco (IRBr).
