Central dos Sindicatos Brasileiros

Aluno do Senai é maior pontuador de competição global de ensino técnico

Aluno do Senai é maior pontuador de competição global de ensino técnico

Brasil supera a Coreia do Sul e tem título inédito de campeão de olimpíada que, pela primeira vez, foi realizada no país

Depois de ser ouro em tecnologia automotiva na etapa paulista da Olimpíada do Conhecimento do Senai, em 2013, Luis Machado Júnior, 20, repetiu o feito contra os maiores profissionais da área do mundo na WorldSkills (competição de profissões técnicas) e ainda foi o maior pontuador da competição.

“A minha ideia era só a de ganhar a medalha. A ficha ainda não caiu”, afirma o estudante do Senai que ajudou o Brasil a ter o título inédito de campeão da competição, que, pela primeira vez, aconteceu no país.

Formado tecnólogo em manutenção automotiva, em 2010, ele, no ano anterior, fez o curso de aprendizagem industrial em mecânica de automóveis. “Fazia alguns bicos em oficinas particulares, mas há três anos e meio me dedico exclusivamente à competição”, conta.

Machado levou o ouro e o Prêmio Albert Vidal, que reconhece o maior pontuador da competição e pela primeira vez conquistado por um brasileiro.

Com ele, a delegação do país somou 11 medalhas de ouro, dez de prata, seis de bronze e 18 certificados de excelência (equivalem ao quarto lugar). Isso levou o Brasil ao primeiro lugar geral.

Principal adversário dos brasileiros, a Coreia do Sul ficou em segundo lugar. O chefe da equipe, Marcelo Mendonça, achava que o Brasil ficaria atrás dos asiáticos.

MEDALHISTAS

Ainda no setor mecânico, Eduardo Kruczkievicz, 19, levou a prata em tornearia a CNC (Comando Numérico Computadorizado).

O catarinense fez curso de aprendizagem industrial em torneamento e frisamento aos 14 anos. “Meu primo me indicou o curso e tem vários mecânicos na família.”

A partir de agora, pretende priorizar a programação, mesma área que levou o paulista Kenji Shimora, 22, a competir em webdesign e ganhar o ouro.

NO FUTURO

Mendonça afirma que a consequência do título será a facilidade de se inserir no mercado de trabalho. “Eles estão muito bem formados e atendem requisitos internacionais de qualidade”, diz o chefe da equipe.

Para Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai, é preciso aumentar a abrangência do ensino técnico no Brasil, pois 8% dos jovens fazem educação profissionalizante ao mesmo tempo que a tradicional, diferentemente dos países desenvolvidos (50%, em média).

“Vamos incentivar iniciativas semelhantes ao Pronatec, do governo federal, e ao programa do Estado de São Paulo”, afirma.

Segundo a presidente Dilma Rousseff divulgou em seu perfil no Facebook, 25 das 27 medalhas conquistadas foram de alunos do Pronatec.

Fonte: Folha de São Paulo