Cardeal atuou bravamente contra a ditadura militar e a favor dos direitos humanos
Morreu aos 95 anos, na manhã desta quarta-feira (14), o Arcebisto Emérito da Arquidiocese de São Paulo, Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns. Considerado uma das personalidades religiosas mais influentes do País, o Cardeal faleceu às 11h45 por falência múltipla dos órgãos, após ficar internado no Hospital Santa Catarina em decorrência de uma broncopneumonia.
Cardeal há 43 anos, Dom Paulo também foi uma figura proeminente nas principais lutas políticas do Brasil em defesa dos direitos humanos, das Diretas Já! e contra as torturas e as repressões da ditadura militar. Criador da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, em 1972, e à frente da publicação “Testemunho da Paz” enquanto presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Arcebispo foi o responsável pela homenagem histórica ao jornalista assassinado no DOI-COD Vladimir Herzog, ao pedir o ato ecumênico em honra ao profissional na Catedral da Sé.
Nascido em Santa Catarina, Dom Paulo ingressou na Ordem Franciscana em 1939 e só iniciou seu trabalhados como líder católico em Petrópolis (RJ). Formado em teologia filosofia e com cursos em letras e pedagogia na universidade de Sorbonne, em Paris, ele ainda foi jornalista, professor e escritor, tendo publicado 57 livros.
O velório do Arcebispo acontecerá na Catedral Metropolitana de São Paulo (Catedral da Sé), onde será sepultado, e deve durar 48h. A CSB, em respeito à sua trajetória de luta política e a favor da sociedade paulista e brasileira, presta sua homenagem.