Greve geral, capacitação dos dirigentes e reformas trabalhista e previdenciária foram debatidas por sindicalistas e autoridades políticas
Sob a bandeira dos ideais progressistas na luta pelos direitos dos trabalhadores, pelo desenvolvimento econômico e social, teve início, nesta terça-feira (4), o 1º Congresso Estadual da CSB na seccional de Santa Catarina. Estado com mais de 50 entidades filiadas à CSB, Santa Catarina é o primeiro polo de debates e palestras a reunir autoridades políticas e intelectuais para discutir e defender os interesses coletivos da sociedade brasileira.
Na abertura solene do evento, a importância da formação política e mobilização dos dirigentes sindicais, as ameaças de retrocessos nos direitos fundamentais dos trabalhadores propostas pelas reformas trabalhista e previdenciária e o Dia Nacional de Paralisação contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, o Projeto de Lei (PL) 6787 e o projeto de terceirização sancionado pelo presidente da República em março foram os principais temas destacados.
Antonio Neto, presidente da Central, conclamou os trabalhadores a se engajarem e participarem da greve geral do dia 28 de abril ao relembrar a trajetória de luta da CSB. Para Neto, “o atual momento político de enfrentamento pede uma resposta aos ataques à classe operária e a demonstração da força do movimento sindical”. Hoje, a CSB tem filiados mais de 750 sindicatos, 30 federações e uma confederação, representando mais de cinco milhões de trabalhadores por todo o País.
“Se tem algo de novo, concreto e compromissado, está aqui: a CSB. Somos herdeiros de Vargas e precisamos mostrar isso, ganhando qualidade, formação e informação com os Congressos Estaduais e os cursos de negociação coletiva. Atualmente, há uma ânsia para a realização de reformas que prejudiquem os trabalhadores e é necessário que nos preparemos para esses embates e estejamos nas ruas no dia 28 de abril. Isso aqui, o primeiro Congresso em Santa Catarina é um sonho e uma honra. Então, vamos aproveitar esta oportunidade para eleger nossa diretoria estadual catarinense, fazer crescer nossa Central e para lutarmos pela valorização dos trabalhadores”, discursou Antonio Neto, corroborado pela fala do ex-ministro do Trabalho Manoel Dias.

“Quando a crise se coloca, a corda arrebenta sempre para o lado mais fraco e quem paga a conta é o trabalhador, é o pobre, é o negro, é a mulher. Nossa Previdência é superavitária. Apesar do governo não recolher o PIS e o PASEP, os R$ 25 bilhões perdidos com desonerações e os R$ 20 bilhões com isenções fiscais, ela permanece superavitária segundo a ANFIP”, destacou. Conforme estudo da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil, ao contrário do que é divulgado pela grande mídia, a Seguridade Social teve um superávit de R$ 35,5 bilhões em 2014 e R$ 16,1 bilhões em 2015, recursos que pertencem à assistência social, saúde e ao sistema previdenciário como determina o artigo 194 da Constituição.

Para o dirigente, a construção do projeto da CSB que culminou, hoje, no início da agenda 2017 dos Congressos Estaduais da Central também contou com a colaboração do catarinense Manoel Dias. “Sempre foi um sonho fazer os Congressos nos estados. Hoje, realizamos este sonho em Santa Catarina e graças ao esforço dos nossos dirigentes e do apoio do ministro. O Brasil atravessa um período crucial. Dia 28 contamos com Santa Catarina para a greve geral e o mais importante, para participar do 1º de maio da CSB. Precisamos debater, precisamos discutir, companheiros. Precisamos lutar”, conclamou Chinelo.

Nogueira conclamou os presentes a combater a visão de mercado sobre os direitos trabalhistas e previdenciários. Parafraseando Antonio Neto, segundo o sindicalista “não existe central sem sindicatos e o Congresso de Santa Catarina mostra que a CSB valoriza seus sindicatos e quer lutar junto a eles”. “Hoje, damos início a um novo tempo, que se consolida com os Congressos Estaduais. Ao todo, teremos oito pelo Brasil e mais três cursos de negociação coletiva nas regiões norte, nordeste e centro-oeste. O Brasil é diferente em cada canto e precisamos formar e organizar cada região”, concluiu.
Também compuseram a mesa o vice-presidente da CSB Tomaz Vieira, o secretário de Organização e Mobilização, Itamar Kunert, o 1º secretário dos Servidores Públicos, Wilson Alves Ribeiro, o vereador e presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Catanduvas, Odair Gabrieli, a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Pouso Redondo, Luciana Alvarenga, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Movimentação de Mercadorias de São José, Paulo Alberto Spicker, e o presidente do Sindicato dos Técnicos Rurais de Santa Catarina, José Carlos Coutinho.
Congressos Estaduais
Pautados nos princípios do trabalhismo e da unicidade sindical, os Congressos Estaduais da CSB pretendem reunir dirigentes para discutir também temas fundamentais para a realidade de cada estado.
Entre os assuntos que serão debatidos sob os três eixos temáticos independência, desenvolvimento e justiça social, a edição de Santa Catarina do Congresso Estadual da CSB discutirá o atual contexto político-econômico do Brasil, sindicalismo e a realidade dos profissionais brasileiros. Ao longo da semana, professores, juristas, consultores técnicos do DIEESE e economistas ainda dissertarão sobre a “História do Movimento Progressista Brasileiro”, a “Reforma da Previdência e suas consequências”, os “Impactos da Reforma Trabalhista”, a “Liderança Sindical e seus Desafios”, o “Assédio Moral no Trabalho” e as “Noções de Administração Sindical”.
Acompanhe a transmissão ao vivo do evento por meio do link: http://intime.assistiraovivo.com.br/
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