Chefes das polícias do Chile e de Portugal estiveram presentes no encontro que debateu o ciclo completo de polícia
Dirigentes da CSB e do Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal (SINDIPOL/DF) reuniram-se com representantes da sociedade e profissionais da área no Seminário Internacional de Segurança Pública, nesta terça-feira (26/05), para debater o “ciclo completo de polícia”, os problemas enfrentados no setor de segurança do Brasil e propor soluções a partir de um comparativo com as práticas bem sucedidas de outros países. O encontro ocorreu em Brasília, no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados.
Durante o encontro, a Central dos Sindicatos Brasileiros posicionou-se a favor de um modelo de investigação aplicado em vários países – entre eles Chile e Portugal – chamado de Polícia de Ciclo Completo, no qual o policial que inicia o processo investigativo deve concluí-lo. O representante da Central presente no seminário, Flávio Werneck, presidente do SINDIPOL/DF e vice-presidente da CSB, também ressaltou os pontos fundamentais para o aprimoramento no setor.
“A Central é a favor de uma ampla alteração no modelo de segurança pública brasileiro. Além de apoiar o ciclo completo, ela também apoia o ingresso único nas carreiras policiais, a desmilitarização da PM como ferramenta de ampliação dos direitos trabalhistas e a modernização da metodologia de investigação criminal”, destacou Werneck.
Em busca de estratégias para elevar o nível de eficiência no serviço de segurança pública brasileiro, o debate também contou com a presença de Luis Vial – chefe de Divisão de Estudos e Programas de Prevenção de Delitos, do Ministério do Interior e Segurança Pública do Chile – e da Dra. Helena Fazenda, Secretária-geral do Sistema de Segurança Interna de Portugal. Atualmente, ambos os países possuem um índice de eficiência acima de 80%. O do Brasil chega apenas a 8% somente nos casos de homicídio.
De acordo com o vice-presidente da CSB, o problema do número de casos solucionados hoje “não é o povo brasileiro, a cultura brasileira ou o ‘jeitinho brasileiro’, e sim a metodologia que é aplicada no País”. Para Werneck, trazer esse tipo de conhecimento de outras nações amplia o debate e demonstra à população que o Brasil tem condição de prestar um serviço de segurança pública de alto nível.
O Seminário Internacional é uma iniciativa da Fundação Leonel Brizola e do deputado Subtenente Gonzaga (PDT/MG).