CSB e centrais sindicais fazem ato contra aumento de juros no Banco Central

Dirigentes também se manifestaram contra as medidas de ajustes fiscais aplicados pela equipe econômica do governo

A CSB e as centrais sindicais realizaram, nesta terça-feira, 2 de junho, uma manifestação em frente ao Banco Central, na Avenida Paulista, em São Paulo, contra o aumento da taxa básica de juros, a Selic.

A expectativa é de que haverá um novo aumento da taxa básica de juros, hoje, 3 de junho, quando termina a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Para José Avelino Pereira (Chinelo), vice-presidente da CSB e tesoureiro do Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba, o ato conjunto das centrais fortalece a luta pela retomada do crescimento econômico. “Esperamos que o governo não feche os olhos para as reivindicações da classe trabalhadora e do setor produtivo. Somos contra os juros altos, pois queremos continuar nos trilhos do desenvolvimento do Brasil, com produção, distribuição de renda, geração de emprego e justiça social. Com os juros altos, não há investimento e as indústrias não contratam, consequentemente há um aumento do desemprego”, afirma o dirigente.

Segundo o secretário-geral da CSB, Alvaro Egea, o aumento de juros é uma velha receita que não contribui para o desenvolvimento do Brasil. “Os juros altos encarecem o financiamento, tanto do trabalhador quanto do empresário. O grito da centrais sindicais é pelo desenvolvimento e geração de empregos”, disse.

O outro ponto levantado pelas centrais sindicais no ato foram as medidas do ajuste fiscal adotadas pelo governo. As Medidas Provisórias 664 e 665, que alteram as regras para o seguro- desemprego, abono salarial, seguro defeso e pensão por morte, atingem diretamente os trabalhadores.

“Nós entendemos que o momento que o País está passando exige a unidade do movimento sindical e a união das centrais sindicais”, explica Egea. “Temos uma política de ajuste fiscal em percurso no Brasil. Com esta política, o governo está cortando o orçamento em todos os setores. Tirando dinheiro da área da saúde e dos benefícios sociais. A economia já está sentindo os efeitos desses ajustes. As demissões só têm aumentado na indústria e no comércio. Esse ato tem esse símbolo de reatar a unidade do movimento sindical. Só unidos poderemos combater estes retrocessos”, avaliou o secretário geral.

Para Egea, é preciso que o governo interrompa a política de ajustes fiscais, pois este modo de governo está levando o Brasil à recessão. “Nós queremos que o governo dialogue com as centrais. Combata os juros e retome o desenvolvimento econômico nacional”, pontuou.

Chinelo também defendeu a união do movimento sindical. “Nós, divididos, não vamos chegar a lugar nenhum. Temos que lutar contra essas mudanças, pois vão contra o projeto de governo que elegeu  a presidente Dilma, que era a defesa do trabalhador. A CSB é contra os retrocessos. Isso é um ajuste fiscal em cima dos trabalhadores. Nós queremos um plano nacional de empregos e de desenvolvimento da indústria nacional”, argumenta.

De acordo com o secretário-geral da CSB, as centrais sindicais estão preocupadas com momento pelo qual o Brasil está passando e por isso estão retomando pauta unitária dos trabalhadores, que coloca no centro da luta a questão do desenvolvimento do País. “Precisamos retomar uma política focada no desenvolvimento da indústria no mercado interno e na recuperação da economia.  A receita para combater a crise não é cortando investimento na saúde e nos benefícios sociais. Nós vamos mobilizar os trabalhadores e o Congresso contra esse retrocesso. Não desistiremos de lutar”, concluiu Alvaro Egea.

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