Auditória da dívida pública foi apontada como um dos caminhos para sair da crise econômica
Representantes das centrais sindicais, da sociedade civil e do setor empresarial se reuniram com o senador Paulo Paim (PT/RS), na segunda-feira, 16, para debater soluções para a retomada do crescimento econômico. O debate foi realizado em uma audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos do Senado(CDH).
Durante a audiência, os participantes reivindicaram de forma unânime a realização da auditória pública da dívida do governo federal como uma das medidas necessárias para a retomada do crescimento e reequilíbrio das finanças do País. Segundo o vice-presidente da CSB, Flávio Werneck, o montante que o governo federal tem destinado ao pagamento da dívida pública representa quase metade do orçamento e supera os investimentos em direitos sociais básicos da população brasileira, como saúde, educação e transporte.
“Nós viemos nesta reunião para buscar soluções e proposições para sair desta crise financeira e política que o Brasil enfrenta. Nós vivemos em um país rico em recursos naturais e tecnológicos, porém precisamos reorganizar algumas coisas para que este período de crise e estagnação econômica seja superado. Entre as posições defendidas pela CSB está a implementação da auditória da dívida pública. Também é necessária a criação de políticas públicas que combatam o capital especulativo”, avaliou Werneck.
A dívida pública tem consumido mais de 40% do orçamento geral da União, explica o dirigente. “A nossa dívida interna já alcançou o valor de mais de R$ 3 trilhões. O volume do endividamento do País e o nível da taxa de juros comprometem a capacidade de desenvolvimento econômico e crescimento do Brasil. O governo precisa priorizar o setor produtivo em detrimento do mercado financeiro, e, isso significa a retomada da política de desoneração, uma reforma tributária e mais investimentos em infraestrutura”, afirmou o vice-presidente.
O senador Paulo Paim se comprometeu a levar ao Congresso as sugestões para saída da crise apresentadas na audiência. “A superação da crise passa obrigatoriamente por uma reforma política que precisa levar em conta a auditoria da dívida pública, desoneração do setor produtivo e oneração do capital especulativo”, concluiu Werneck.