Durante o evento foi aprovada paralisação geral, marcada para o dia 21 de setembro
Realizado nos últimos dias 25, 26 e 27 de agosto, na capital maranhense, o Congresso da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) reuniu mais de 100 delegados, que representaram federações e sindicatos da categoria de todas as regiões do País. Durante o evento, além de serem debatidos temas importantes para os policiais civis – como o Projeto de Lei Complementar (PLP) 257, a unificação das polícias, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, reforma da Previdência e aposentadoria –, foi aprovada uma grande paralisação da categoria no dia 21 de setembro e manifestações pelo País, no dia 14.
Durante o Congresso, que teve o apoio da CSB, os participantes também relataram problemas relacionados aos direitos trabalhistas enfrentados nos seus respectivos estados. “Conseguimos perceber que há um ataque muito grande aos diretos, principalmente no que diz respeito aos diretos de reposição inflacionária”, disse o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Goiás (Sinpol-GO), Paulo Sergio Alves de Araújo, que relatou as dificuldades que o estado que ele representa vem enfrentando.
“No nosso estado estamos enfrentando um problema com um concurso público, onde o governo pretende pagar R$1.500 para um policial civil. Seria o menor salário do País, e isso preocupa todos os policiais do Brasil, pois pode acontecer em outros estados em efeito cascata. Outro problema que está acontecendo em Goiás e que pudemos conversar é sobre a aposentadoria especial, que é nosso direito pelas atividades de risco, mas que não acontece mais em nosso estado”, completou o presidente do Sinpol-GO.
Ainda segundo Araújo, as paralisações e manifestações irão ocorrer por conta dos ataques que têm acontecido aos direitos dos trabalhadores da rede pública. “Estamos muito preocupados com isso, tiramos algumas deliberações, por exemplo, a paralisação nacional da categoria no dia 21 de setembro. Vamos parar todas as atividades por 24 horas, porque parece que os servidores são culpados pela crise, quando na verdade a má gestão é que é a culpada”, disse o dirigente. Paulo Araújo informou ainda que nos dias 13 e 14 haverá manifestações em Brasília.
O evento também serviu para a homologação de três novos diretores; a aprovação de notas de apoio ao estado de Goiás, que sofre com as reduções de salários; ao estado do Rio Grande do Sul, pelo atraso nos salários; ao Paraná, por ainda manterem presos em suas delegacias, e ao estado de Alagoas, pela afirmação do governador de que policiais civis não correm risco de vida.
O próximo Congresso está previsto para 2017, no estado do Pará.