Em lançamento do Índice da Condição do Trabalho, entidade reforça que aumentou a desigualdade de rendimentos, o crescimento do trabalho informal e tempo de procura por trabalho
O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos divulgou nesta quinta-feira (25) o Índice da Condição do Trabalho (ICT), levantamento que aponta que na comparação com igual período de 2017, condições de trabalho no Brasil pioraram no último trimestre de 2018. O Índice diminuiu de 0,39 para 0,36 entre o 4º trimestre de 2017 e o de 2018, queda de 6,2%. O ICT-DIEESE é composto de três subíndices: ICT-Inserção Ocupacional, ICT-Desocupação e ICT-Rendimento.
Veja o estudo na íntegra
Feito a partir de recortes de dados da PnadC, do IBGE, o ICT examina a formalização do vínculo de trabalho, contribuição para a Previdência, tempo de permanência no trabalho; desocupação e desalento, procura por trabalho há mais de cinco meses, desocupação e desalento dos responsáveis pelo domicílio; e rendimento por hora trabalhada – concentração dos rendimentos do trabalho.
Segundo o DIEESE, “a ocupação tem relação direta com a estrutura e o desempenho da economia; ou seja, não há como dissociar o movimento recente do mercado de trabalho das instabilidades econômicas do país”.
Denílson Bandeira representou a CSB no lançamento e afirmou que os dados apresentados pelo DIEESE significam a “certidão de óbito da reforma trabalhista”.
“O governo [Temer] assegurava e garantia que a aprovação da reforma ia gerar mais postos de emprego. O movimento sindical dizia que a reforma não traria avanço na queda do desemprego, e hoje, com esses dados, vemos que é verdade”, criticou Bandeira.
Para o dirigente, a reforma da Previdência também está fadada a não gerar novos postos de trabalho. “Esse material será um instrumento de luta para alertar a população sobre os riscos. A CSB vai usar o estudo para informar sobre a realidade, a verdade”, completou o diretor de Comunicação da Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais do Estado de São Paulo (FESSPMESP).
Assista à apresentação do estudo, feita por Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do DIEESE.