CSB participou do evento promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e reiterou as graves consequências das novas regras do seguro-desemprego
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promoveu na manhã de hoje, 4 de março, um encontro com as centrais sindicais e os movimentos sociais para debater as consequências das MPs 664 e 665. O evento – organizado pela Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz – aconteceu em Brasília, na Casa de Retiros Assunção, e também contou com parlamentares e a comunidade eclesiástica para debater as medidas que alteram as regras para o seguro-desemprego e abono salarial, além da unidade e as ações dos segmentos sobre o assunto para evitar o corte de direitos. A CSB foi representada pelo presidente Antonio Neto, o vice José Avelino Pereira (Chinelo), o diretor de finanças Juvenal Pedro Cim, e por Francisco Moura, do Sinditaxi-CE.
Segundo análise da CNBB, nas Medidas Provisórias anunciadas pelo governo, “ainda que não se mexa em nenhuma regra constitucional, o simples procedimento de utilização de MPs para alterar direitos positivados na legislação regulamentar pode suscitar, a nosso ver, o argumento da inconstitucionalidade, quando não da própria diminuição da autonomia do Congresso para apreciar assunto dessa natureza, sob improviso da circunstância conjuntural.”.

Sob este cenário, Antonio Neto reiterou o caráter destrutivo das MPs para os direitos já consolidados dos trabalhadores. “Contra números e dados não há argumentos. O Dieese e o Codefat já apresentaram estudos suficientes para concluirmos que estas medidas vão atingir a população que mais precisa do seguro-desemprego, jovens e trabalhadores de baixa renda”, disse o presidente da CSB.
Rotatividade
No documento divulgado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a entidade critica o caráter estritamente econômico da medida, sinalizando “que essa regra pensada em sentido estritamente fiscal é incompatível com o medo de trabalho real brasileiro, no qual 50% da População Ocupada formalizada realiza menos de doze contribuições anuais ao INSS e cerca de 25% menos de seis contribuições anuais, refletindo o altíssimo grau de rotatividade da força de trabalho.”.
Sobre este assunto, Neto reforçou que existem métodos para combater a rotatividade do mercado de trabalho sem macular os direitos trabalhistas. “Entregamos um documento aos ministros com propostas para combater a alta rotatividade. Regulamentar a Convenção 158 da OIT, que impede a demissão imotivada, também é mais um instrumento para acabar com este problema. Ou seja, está claro que há outras soluções que não a retirada de benefícios”, disse o dirigente.
CSB e centrais entregam propostas sobre combate à rotatividade a ministros em Brasília







