Ciro defende cobrança de patrimônios milionários e pente-fino em renúncias fiscais

Em evento com Mandetta, Kalil e França, o provável nome do PDT à Presidência chamou Bolsonaro de ‘demagogo’ e o associou a um ‘genocídio’

O provável candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, juntou-se ao prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (MDB), ao ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e ao ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) em uma transmissão ao vivo na internet, nesta sexta-feira 30, para debater ações de contenção à crise econômica.

Na ocasião, Ciro Gomes defendeu como medidas econômicas a cobrança de contribuição de patrimônios acima de 22 milhões de reais, por três meses, com arrecadação estimada em 80 bilhões de reais; a emissão de 120 bilhões de reais, com uma dívida de 30 anos com juros pré-fixados; e um “pente fino” nas renúncias fiscais que somam, em suas estimativas, 300 bilhões de reais, podendo gerar ao menos 60 bilhões de arrecadação.

Ciro Gomes afirmou que o financiamento serviria para oferecer o auxílio emergencial de 600 reais e socorrer empresas com créditos. Os custos estariam em torno de 280 bilhões de reais, segundo ele.

O presidenciável criticou o que chamou de “decadência tecnológica industrial”, referindo-se à dificuldade na produção de vacinas pelo Brasil e à dependência de insumos da China e da Índia.

“O desastre diplomático e um conjunto de maluquices botaram o Brasil no fim da fila da vacinação”, disse Ciro Gomes. “Daí, só tem uma saída: o isolamento social. Não é que seja bom, é terrível, mas é a única solução enquanto a vacina não acontecer. Só que o isolamento social destrói a renda do povo, os empregos e empresas menos capitalizadas, o que determina que o governo venha em socorro como o mundo inteiro fez. E aqui nós também claudicamos nisso. Ai de nós se não fossem os prefeitos e os governadores.”

Em outro trecho, Ciro Gomes disse que o presidente Jair Bolsonaro é “demagogo” e o associou a “genocídio”.

“A tendência é o presidente da República dizer, como demagogo, isso é a minha opinião, ninguém precisa concordar, que não foi ele que fechou. Ora, ele entrou numa linha de genocídio. Infelizmente, o excesso de mortes no Brasil, a explicação é essa conduta.”

Em resposta, Kalil disse reconhecer que “Ciro deu uma solução nacional na sua visão”, mas que é “difícil que esse governo tome qualquer uma dessas providências, porque tem se demonstrado pouco efetivo”.

Por sua vez, Mandetta afirmou que “a palavra-chave é liderança” e disse que “a segunda onda é fruto de decisão direta do governo federal de não adquirir vacinas” oferecidas no ano passado.

O encontro foi conduzido pelo presidente da Central de Sindicatos Brasileiros, Antonio Neto.

Fonte: Carta Capital

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