Alberto Almeida também apresentou um sistema inovador de acompanhamento de projetos, que será utilizado como ferramenta de luta pelos dirigentes da CSB
O cientista político Alberto Carlos Almeida participou do segundo dia da Reunião da Executiva Nacional da CSB, em Brasília, afirmando que o Brasil vive em um presidencialismo de coalizão, fato que dificulta a aprovação de projetos polêmicos. O termo, criado pelo cientista político Sérgio Abranches em 1988, representa as alianças e os acordos firmados por partidos políticos opostos em prol de um objetivo comum – prática comumente observada no Brasil.
O especialista traçou um panorama do quadro político mundial e comparou o Brasil ao Reino Unido, que descreveu como “o país mais oposto ao nosso em termos de instituição política”. Segundo ele, vivemos em uma federação multipartidária, caracterizada pelo bicameralismo – regime em que o Poder Legislativo é exercido por duas Câmaras (no Brasil, pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal), enquanto no Reino Unido – agrupamento político que congrega os países da Grã-Bretanha mais a Irlanda do Norte – o sistema é bipartidário, formado por um país unitário de um só partido, onde não há o controle de poderes entre Executivo e Legislativo.
Ferramenta de luta e pioneirismo sindical
O presidencialismo de coalizão, segundo Alberto Almeida, possui prós e contras. Para ele, um dos pontos negativos do sistema é que “todo mundo tem poder de veto e a tomada de decisão é lenta”. A demora na tramitação dos projetos de lei é um dos entraves para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de medidas que podem favorecer os trabalhadores.
Almeida também apresentou uma ferramenta que terá a Central dos Sindicatos Brasileiros como pioneira. O sistema
permite o acesso aos indicadores dos projetos que tramitam na Câmara e no Senado, acompanha as proposições do Executivo, além de disponibilizar dados como autoria, ementa, situação e último andamento. A CSB trabalhará com este instrumento com o objetivo de fortalecer a atuação de seus dirigentes em prol da classe operária.
“Descobrindo qual proposições precisam andar, estamos fazendo um trabalho revolucionário no Brasil, um trabalho de inteligência. Essas decisões interferem diretamente na vida dos trabalhadores”, afirmou o cientista político. No Brasil, a CSB é a primeira – e única – central sindical a oferecer o serviço a seus dirigentes.