Central condena privatização da Casa da Moeda, Cemig e reitera apoio aos servidores públicos contra o arrocho salarial do governo

Executiva Nacional aprovou moções de repúdio à desestatização das empresas públicas

Além da nota de repúdio divulgada pela CSB, nesta quarta-feira (23), à privatização da Eletrobras, a Executiva Nacional da Central também emitiu manifestação contrária à entrega de empresas públicas como a Casa da Moeda – órgão responsável pela produção das notas de real, além de passaportes brasileiros, selos postais e diplomas – e a Cemig, Companhia Energética de Minas Gerais S.A.

A desestatização da Casa da Moeda faz parte do pacote de privatizações do governo para compensar a má gestão da equipe econômica com os gastos públicos. O órgão possui três fábricas, com capacidade de produção de 3 bilhões de cédulas, 4 bilhões de moedas e 3 bilhões de passaportes por ano.

Para o secretário de Comunicação da CSB, Alessandro Rodrigues, é preocupante o movimento de alguns setores que tentam maquiar a política que vem sendo implementada no Brasil. “É preciso refletir muito sobre essa questão, combater esse projeto que tenta impor a venda do patrimônio nacional. Queremos para o País uma proposta diferente, com geração de empregos e renda para os trabalhadores”, analisou o dirigente.

Já na privatização da Cemig, o governo federal pretende leiloar hidrelétricas da Companhia. No dia 18, o Tribunal Regional Federal (TRF) suspendeu o leilão das usinas hidrelétricas de Jaguara, São Simão, Miranda e Volta Grande, atendendo a uma ação popular que questiona o valor de R$ 11 bilhões estabelecido pelo governo para a venda. Segundo a ação, esse montante é R$ 7 bilhões menor do que o valor real da Companhia, que gira em torno de R$ 18 bilhões.

Segundo o secretário de Formação Sindical, Cosme Nogueira, é preciso estar atento à tentativa de desvalorização da empresa. “Assim como a privatização da Eletrobras, precisamos repudiar veementemente a entrega da Cemig”, disse Nogueira. Veja nota oficial ao final da matéria.

A Central reiterou ainda apoio aos servidores em relação ao pacote de arrocho salarial, enxugamento dos serviços públicos e os cortes de benefícios sociais, anunciados pelo governo Temer e sua equipe econômica, e referendou a nota de repúdio divulgada no dia 16 de agosto pela Entidade.

Estas iniciativas corroboram os ideais da CSB de luta e enfrentamento contra os retrocessos, pela defesa da soberania nacional, da geração de emprego e do desenvolvimento com justiça social.

Creches

Ainda durante a Executiva Nacional, a vice-presidente da CSB, membro do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e presidente da Federação Nacional dos Odontologistas (FNO) e do Sindicato dos Odontologistas do Estado da Paraíba (SINDONTO/PB), Joana Batista de Oliveira Lopes, apresentou moção para a inserção do sistema de creches brasileiro no âmbito do direito do trabalho.

Segundo a dirigente, as creches não são ligadas ao mundo do trabalho, e é necessário que os estabelecimentos atendam à demanda e à jornada das mães e dos pais.

“A creche não só é para a criança, é para substanciar também as trabalhadoras do Brasil”, apontou Joana.

Nota de repúdio ao leilão de três usinas da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG)

Repudiamos a intenção do Governo Federal de passar para a iniciativa privada, por meio de leilão marcado para o dia 30 de setembro, as usinas de São Simão, Jaguara e Miranda – hoje sob o controle da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG). Se concretizada, essa venda vai, na prática, reduzir em cerca de 50% o patrimônio da empresa.

O ataque privatista do governo Temer é extremamente danoso para o País. No caso específico da CEMIG, há um agravante: a iniciativa do Executivo contraria regras preestabelecidas.

Em 1997, a Companhia firmou contrato de concessão de geração de energia com o Governo Federal para as três hidrelétricas e teria a garantia de renovação automática da concessão por mais 20 anos se fizesse os ajustes para operar adequadamente.  

Este compromisso foi cumprido com os investimentos necessários e o atendimento dos requisitos contratuais para fazer jus à renovação das concessões. Estas responsabilidades, entretanto, o Governo Federal insiste em desconsiderar.

Além da perda de patrimônio imposta à estatal mineira, o leilão trará ainda outras consequências, dentre elas a abertura de precedente para que privatizações similares ocorram também em outros estados, além de aumentar o valor da tarifa energética com a redução da capacidade de geração e causar a perda de empregos diretos e indiretos garantidos hoje pela CEMIG.

A Companhia Energética de Minas Gerais pertence aos mineiros e, por extensão, ao povo brasileiro, e dessa forma deve continuar.

São Paulo, 23 de agosto de 2017.   

Central dos Sindicatos Brasileiros

Veja a galeria de fotos

Compartilhe:

Leia mais
almirante othon recebe honraria da academia brasileira de ciencia
Mais importante cientista nuclear brasileiro, almirante Othon recebe honraria da ABC
Reunião ministério do trabalho benzeno
Sindicatos pedem debate amplo sobre revisão de NR que protege trabalhador exposto ao benzeno
fim da escala 6x1 tem apoio de 70% da população
Fim da escala 6x1 tem apoio de 70% da população, aponta pesquisa
justiça do trabalho sp aplica multa ao ifood e manda contratar entregadores
Justiça do Trabalho em SP multa iFood em R$ 10 milhões e manda app contratar entregadores
acampamento marielle franco pontal do paranapanema sp
Incra cadastra famílias em acampamento do MAST no Pontal do Paranapanema (SP)
ministro rui costa e ministra simone tebet
Mercado financeiro joga contra o país e ignora indicadores positivos, afirmam ministros
emprego e beneficios sociais reduzem pobreza no brasil
Emprego em alta e benefícios sociais reduzem pobreza no Brasil a menor patamar da história
trabalho intermitente salário minimo 2023
3 em cada 4 trabalhos intermitentes pagaram menos que um salário mínimo em 2023
glovo ifood espanhol contratará entregadores
"iFood" espanhol passa a contratar entregadores após multas milionárias e CEO investigado
piso regional rs reajuste 2024
Piso regional do Rio Grande do Sul terá reajuste de 5,25%; confira valores por faixa salarial