Ex-dirigente da CGT lança livro de memórias sobre o movimento sindical e repressão aos trabalhadores no período da ditadura
Dia 8 de novembro, sábado, durante o ato de lançamento do livro de memorias Estações de Ferro do companheiro Raphael Martinelli, ex-presidente da Federação Nacional dos Ferroviários e ex- dirigente do CGT, Comando Geral dos Trabalhadores, cassado pela ditadura em abril de 1964, as centrais sindicais que integram o GT dos Trabalhadores da Comissão Nacional da Verdade prestaram uma homenagem ao sindicalista.
Alvaro Egea, secretário-geral da CSB, falou em nome do GT e das centrais sindicais que integram o Grupo de trabalho, dizendo sentir-se honrado em poder prestar a homenagem ao companheiro Raphael Martinelli, que foi presidente da Federação Nacional dos Ferroviários e dirigente do CGT, Comando Geral dos Trabalhadores, cassado pela ditadura militar logo nos primeiros dias do golpe de 1964.
Alvaro Egea lembrou que o CGT foi fundado no IV Encontro Sindical Nacional em São Paulo com 3.500 delegados em agosto de 1962, tendo conduzido as lutas dos trabalhadores da época, inclusive a conquista do 13º salário.
O CGT constitui-se na experiência de central sindical mais duradoura e vitoriosa que os trabalhadores construíram até abril de 1964, quando os golpistas desencadearam uma brutal repressão aos dirigentes do CGT e das organizações sindicais de trabalhadores.
O golpe também impediu que o CGT em 1965 realizasse um Congresso sindical cuja pauta era a criação de uma Central Única dos Trabalhadores.
Raphael Martinelli é um exemplo de luta para a classe operária brasileira, de entrega e de abnegação em favor dos trabalhadores brasileiros. Seu exemplo deve inspirar as novas gerações de sindicalistas.
Em julho deste ano em Sorocaba o GT dos trabalhadores e a Comissão Nacional da verdade prestaram uma homenagem ao companheiro Martinelli e outros lutadores ferroviários e de outras categorias do interior paulista que resistiram e sofreram a perseguição da ditadura.
Para recordar esta homenagem trouxemos hoje o banner que ficou exposto naquele ato e que homenageia Martinelli.
E por fim João Vicente e Pedro, meus filhos, vão entregar ao Martinelli um ramo de rosas vermelhas e dar-lhe um abraço.
Fonte: Sindicato dos Trabalhadores no Vestuário de Guarulhos