Sindicalistas duvidam de viabilidade do impeachment, mas acreditam que movimento pode levar a manifestações populares
Onze centrais sindicais lançam, nesta segunda-feira (18), uma campanha pela saída do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O “Fora Bolsonaro” será lançado oficialmente às 20h pelas redes sociais e incluirá a fixação de cartazes, a começar nesta madrugada, com a colagem de 10 mil exemplares em São Paulo. Às 21h, haverá uma projeção na cidade.
“O Brasil não aguenta mais tanta loucura e desprezo pela vida dos brasileiros. Nunca se viu na história do nosso País, tantos crimes cometidos por um presidente da República. Mais do que uma fraude, Bolsonaro tem se mostrado um assassino, um genocida, um criminoso que mostra sua completa insensibilidade com a vida das pessoas, com o sofrimento do povo brasileiro, que enfrenta a pandemia sozinho, enterra diariamente seus familiares e assiste as insanidades desse que deveria governar o Brasil. Fora Bolsonaro! Impeachment já!”, comentou o Presidente da CSB, Antonio Neto.
Presidente da CTB (Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Adilson Araújo afirma que a meta é fixar um milhão de cartazes por todo o país.
No comemoração do Dia do Trabalho, apenas a CTB defendeu o Fora Bolsonaro. CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Força Sindical optaram pelo “Basta”.
O presidente nacional da Força Sindical, Miguel Torres, explica que a insatisfação com o governo de Bolsonaro vem crescendo devido à postura do presidente ante a pandemia da Covid-19.
“Não tem jeito. Chegamos a um momento em que o povo já percebe que o país está sem governo. Só causa confusão”, afirmou Miguel Torres, segundo quem o presidente briga até com a ciência.
Para Torres, o ideal seria que o movimento crescesse ao ponto de Bolsonaro renunciar ao cargo, já que, além de traumático, o processo de impeachment demoraria muito.
Araújo, por sua vez, lança dúvidas sobre a viabilidade do impeachment do presidente. Mas, segundo ele, a mobilização pode fomentar pode repercutir, levando a manifestações populares.
“Tenho dúvidas se Bolsonaro seria derrotado caso fosse julgado hoje”, admite.
O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sérgio Nobre, também tem dúvidas sobre o sucesso de um processo de impeachment no Congresso Nacional. Para ele, no entanto, é necessário fazer esse debate com a sociedade.
“É um governo que não conversa com ninguém. Estamos preocupados com o crise que está se desenhando a partir desse desgoverno. O povo não merece”, afirmou.
Até a tarde desta segunda-feira, a logomarca da UGT (União Geral dos Trabalhadores) estava fora do modelo de cartaz distribuído pelas centrais.
Como a central aderiu ao movimento após uma reunião, seu nome foi incluído no material divulgado nas redes sociais. Mas não nos cartazes impressos.
Secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, afirmou que a campanha inicia-se em São Paulo, mas vai para todos os estados.
Via: Folha de S.Paulo