Em nota conjunta nesta quarta-feira (7), as centrais sindicais criticaram militantes do PCO (Partido da Causa Operária) e repudiaram os episódios de agressões contra militantes do PSDB e outros manifestantes no último sábado (3), durante um dos protestos contra o presidente Jair Bolsonaro em São Paulo.
Assinam a nota os presidentes de Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, CGTB e Pública Central do Servidor. A CUT não assinou o documento.
“Infelizmente, assistimos no último sábado (3) casos de pura intolerância e autoritarismo por parte de militantes do Partido da Causa Operária (PCO). Diversas organizações foram agredidas com palavras e até mesmo fisicamente em uma grotesca demonstração de selvageria por parte dos black blocs (que para nós são infiltrados) e de falta de discernimento sobre o que é a democracia. Repudiamos todo tipo de violência e não aceitamos as agressões ocorridas no último sábado”, diz a nota.
A nota afirma que o período atual exige o resgate do espírito que conduziu as manifestações pelas Diretas, Já, em 1984, quando nomes como Lula, Leonel Brizola, Fernando Henrique Cardoso, Luís Carlos Prestes, Franco Montoro, entre outros de posições distintas no espectro político se uniram pelo fim da ditadura militar.
“Não nos interessa que tais manifestações sejam atribuídas apenas a um segmento da sociedade. Que sejam manifestações de um país, de uma nação! E para chegarmos a esse patamar precisamos ter a decência, a humildade e a inteligência de superar eventuais diferenças.”, afirma o texto.
“Em um momento grave em que estamos vivendo, com mortes e desemprego, temos que buscar solidariedade com quem quer um Brasil melhor. Não se pode criar desavenças na busca desse objetivo”, afirma Ricardo Patah, da UGT.
“Não vamos passar pano. Queremos que seja uma manifestação ampla, democrática, com a participação do maior número possível de pessoas. Agora o momento é de união de todos e não vamos deixar que um grupelho de black blocs atrapalhe isso. Rasgaram a bandeira de um deputado federal do PCdoB [Orlando Silva, SP]. É um absurdo”, diz João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical.
“Para o impeachment de Jair Bolsonaro precisamos de 342 votos e de ampla pressão sob o presidente da Câmara, Arthur Lira. Isso não será possível apenas com as forças de esquerda. Somente com uma ampla unidade de forças democráticas seremos capazes de pressionar Lira e derrotar esse Governo genocida. Não há mais tempo para sectarismos de ocasião”, afirma Antonio Neto, presidente da CSB.
O texto destaca os meses sem auxílio emergencial por decisão do governo federal, os altos índices de desemprego e os aumentos no preço do gás de cozinha e da energia elétrica.
“Para envolver todo o país no processo de denúncias e repúdio contra a política genocida do governo, o movimento faz bem em ampliar suas articulações e unindo todos e todas que hoje levantam a bandeira da vida, da vacina, da democracia e do Estado de Direito”, acrescenta.