Entidades unem forças para combater as MPs que elevam tributos e retiram direitos de trabalhadores
A CSB e demais centrais sindicais se reuniram com representantes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para formar um comitê de união a favor do Brasil, com o objetivo de discutir o cenário econômico de curto e longo prazo no País e posicionar as forças do capital e do trabalho, em um mesmo lado, em prol do desenvolvimento econômico. O encontro foi realizado ontem, 9 de março, e definiu a conjunção de forças entre trabalhadores e empresários pela revogação das Medidas Provisórias 664 e 665. Foi provada ainda, durante o evento, a criação do Comitê de Ação Permanente contra o aumento de impostos.
O movimento sindical busca alterações nas MPs porque elas alteram as regras de concessão do seguro-desemprego e do abono salarial do PIS/Pasep. “Essas medidas feitas em nome do ajuste fiscal estão prejudicando os trabalhadores. Essa união entre os representantes dos trabalhadores e dos empresários é fundamental para o crescimento do Brasil”, disse Igor Tiago Pereira, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba e Região e representante da CSB.
O dirigente alertou que os empresários também devem dar sua contribuição, pois hoje 60% das demissões que ocorrem no País são de trabalhadores com até nove meses de trabalho na mesma empresa e que, desse total, 48% são de jovens que estão entrando no mercado de trabalho pela primeira vez. “Isso tem que mudar, e cabe aos empresário a iniciativa de mudar esse quadro”, argumentou.
Outra medida presente no debate é a MP 669, que altera o projeto de desoneração da folha de pagamento das empresas. Essa Medida Provisória foi devolvida pelo Senado ao governo, na semana passada, e agora passa a ser um projeto de lei assinado pela presidente Dilma Rousseff em caráter de urgência. Os líderes sindicais foram unânimes contra a mudança no projeto de desoneração da folha de pagamento.
Além disso, foi aprovado pelo comitê três itens iniciais de combate. São eles: menos juros, menos impostos e menos gastos públicos. “Queremos ver isso do governo federal, e também vale para todos os governos, redução de cargos comissionados, ministérios e secretarias”, afirmou Paulo Skaf, presidente da Fiesp.
Skaf esclareceu que a reunião é a favor do Brasil. “Não é contra ninguém, contra governo nenhum, a favor de governo nenhum, nem ligado a partido nenhum, uma coisa totalmente apolítica e apartidária, e tem foco realmente nesse momento que preocupa todo o País.” “A partir de agora, todos nós juntos vamos cerrar fileiras contra as Medidas Provisórias 664 e 665”, enfatizou Skaf.
Empresários e trabalhadores vão se reunir novamente, até a primeira quinzena de março, para elaborar o documento que será encaminhado à presidenta.