Oito estados se mobilizaram em um esquenta para a Greve Geral do dia 30/06
No mesmo dia em que os trabalhadores alcançaram sua primeira vitória no Senado com a rejeição do projeto de reforma trabalhista pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), manifestações contra o PLC 38/2017 e a PEC 287/2016 eclodiram por todo o País. Já mobilizados para a Greve Geral da próxima sexta-feira (30/06), protestos nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e em Brasília levaram centenas de pessoas às ruas nesta terça-feira (20).
No município de Juiz de Fora (MG), a CSB junto à Federação Única Democrática de Sindicatos das Prefeituras, Câmaras Municipais, Empresas Públicas e Autarquias de Minas Gerais (FESERP/MG) marcaram presença no ato político e cultural realizado no Parque Halfeld, centro da cidade, sob os gritos de “Diretas Já! ” e de derrubada das reformas trabalhista e previdenciária – bandeiras também levantadas pelos manifestantes da Central em Fortaleza (CE) e São Luís (MA) durante atos de conscientização nos aeroportos e passeatas.
Com carros de som, bandeiras e panfletos, sindicalistas, servidores, metalúrgicos, bancários, aeroviários, sapateiros, rodoviários, professores, entre outras categorias, convidavam motoristas e a população a aderirem às colunas de manifestações em defesa da manutenção e ampliação dos direitos do povo brasileiro.
Para o presidente da CSB, Antonio Neto, o Dia Nacional de Mobilização foi apenas uma prévia da mobilização que está por vir na última semana de junho. De acordo com Neto, “apesar da vitória na CAS, dentro do Senado, o ‘esquenta’ é muito importante para consolidar conquistas no Congresso Nacional”. “Ontem demos um passo fundamental nas lutas contra a aprovação das reformas, principalmente a trabalhista, mas precisamos derrubá-las de vez. E para isso, os trabalhadores precisam continuar unidos e mobilizados. Prontos e dispostos para a Greve Geral do dia 30”, conclama.
Apresentadas em dezembro do ano passado, o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 38/2017 e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016 seguem em tramitação no Congresso como as principais ameaças aos direitos históricos dos trabalhadores nos últimos 30 anos. Mesmo com a vitória do povo no Senado, que contabilizou 10 votos nominais contrários à reforma trabalhista, o parecer oficial da Comissão de Assuntos Sociais – representado pelo voto em separado do senador Paulo Paim (PT/RS) – ainda será encaminhado à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Casa e analisado no dia 28/06.
Enquanto isso, a CLT continua na mira dos banqueiros e grandes empresários, que pretendem implantar o trabalho intermitente no Brasil (no qual o funcionário recebe apenas pelos minutos em que estiver ocupado com uma tarefa, e não pela sua disposição ao empregador e cumprimento de horário no local de trabalho); acabando, assim, com a carteira assinada, o 13º salário, o direito a 30 dias de férias, o recolhimento do FGTS e a autonomia e independência financeira dos sindicatos.
Já a reforma da Previdência Social, que corre na Câmara dos Deputados, pretende estabelecer uma idade mínima de aposentadoria de 65 anos para homens e 62 para mulheres; o acesso a 100% do benefício após 40 anos de contribuição; recolhimento de modo individual definido em lei para todos os trabalhadores rurais de economia familiar e equiparação de regras entre trabalhadores de empresas privadas e servidores – propostas inaceitáveis para a unidade das centrais sindicais.
Clique aqui para entender a votação na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado
E aqui para saber como segue a tramitação do PLC 38/2017 na Casa
Unidas pela derrubada de ambos os projetos, no dia 20/06, as centrais ainda iniciaram uma caminhada na Rua 25 de Março, na capital paulista, às 6h da manhã, que culminou no ato cultural da Praça da Sé (SP); realizaram mais dois atos no saguão do Aeroporto Internacional Salgado Filho e no Largo Glênio Peres (RS); promoveram passeata em Salvador e Itabuna (BA), além de mobilizações no Paraná e Brasília, em frente ao Ministério do Meio Ambiente. As duas últimas acabaram após repressão da Polícia Militar.