A discussão é vista como uma saída para enfrentar a pandemia
Na semana do Dia do Internacional do Trabalhador, as centrais sindicais Intersindical e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) participaram de um bate-papo com os jornalistas do Reconta Aí.
A reconversão industrial – uma adaptação do parque industrial para que empresas possam produzir equipamentos voltados ao atendimento da crise sanitária causada pela pandemia de Covid-19 – e a importância de um novo projeto de desenvolvimento para o País deram o tom da conversa na noite desta quarta-feira (29).
Edson Índio, Secretário Geral da Intersindical e Antonio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) também falaram sobre o Dia 1º de Maio. Diante de um cenário de pandemia, este ano as Centrais terão o desafio de realizar a festa do trabalhador diferente dos anos anteriores.
Debates virtuais
Ao contrário das ruas, o evento acontecerá forma virtual, com a promessa de manter o mesmo vigor e o compromisso em relação aos interesses da classe trabalhadora.
“É um desafio importante pois estamos diante de uma pandemia, não podemos sair de casa. É importante a quarentena geral. Vamos para esse primeiro de maio reafirmar a defesa dos direitos sociais, a defesa do papel social do Estado e a importância do nosso patrimônio público, como a Caixa Econômica Federal, demonstrado agora”, disse Edson Índio, da Intersindical.
“No Primeiro de Maio tentaremos construir uma unidade contra o fascismo”, comentou Antonio Neto, presidente da CSB. Ao mesmo tempo, o líder sindical apontou saídas para a crise no pós-pandemia.
“Temos sete mil obras de infraestrutura paradas além da questão do saneamento básico. Tem que ter um projeto que olhe para a economia brasileira. A elite escravocrata sempre acha que é melhor importar. Agora veja, hoje temos que importar máscaras. As empresas estão na China porque acham que poderiam explorar melhor a produção em massa lá”, destacou Neto.
Índio também comentou medidas para conter a crise, como a reconversão industrial, já em discussão nas centrais sindicais. Ele lembrou que já há projetos que estabelecem a reconversão industrial. “Precisamos adaptar o parque industrial que temos, ou setores dele, para produzir aquilo que o SUS está precisando nesse momento para enfrentar a pandemia”, disse.
“Então, poderia aproveitar essa crise e a atividade econômica não parar por isso.
Eu acho que o SUS sai mais forte. Ele vinha sofrendo processo de desfinanciamento mas mesmo assim ter um Sistema Único de Saúde nacional público – mesmo com todo o problema de mercantilização – faz muita diferença”.
Via: Centrais reafirmam