CSB participou do encontro com o ministro das Relações Institucionais e cobrou avanço dos principais temas no Congresso Nacional
Na manhã de ontem, 8 de maio, as centrais sindicais se reuniram com o ministro da Secretaria das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, para dar andamento nas discussões da pauta trabalhista. As entidades pediram ao ministro maior agilidade no encaminhamento das pautas ao Congresso.
O presidente da CSB, Antonio Neto, participou da reunião e se mostrou preocupado com a inércia de setores do Casa em relação aos principais temas da pauta.
“Há assunto que já passaram da hora de serem aprovados, como a redução da jornada, o fim do fator previdenciário e a regulamentação da Convenção 151”, criticou.
Para o dirigente, os 19 anos de espera na tramitação da redução da jornada é algo inadmissível. “A última redução foi em 1988. Nós perdermos, ao longo dos anos, a possibilidade de trabalhar essa redução de maneira gradativa. E quem se prejudica com isso é a classe operária, os trabalhadores”, completou.
A CSB defende que a redução da jornada siga a mesma lógica da política de valorização do salário mínimo. “Em 20 anos, certamente, chegaremos próximo do que queremos para uma valorização digna do salário dos trabalhadores. Com a redução da jornada, é possível avançarmos também. Vamos debater e chegar a um consenso. Não dá mais para ficarmos adiando isso”, salientou o presidente da CSB.
Fator previdenciário
Para a Central, o governo e o Congresso precisam assumir o compromisso de fazer uma política para discutir a realidade dos aposentados. “É importante resolver, além do problema daqueles que vão se aposentar no futuro, também a questão daqueles que já estão aposentados, para fazermos uma política de recuperação como a feita para o salário mínimo”, pontuou Antonio Neto.
Rotatividade
Neto criticou duramente o problema da rotatividade no mercado de trabalho vivida no País e argumentou que a ratificação da Convenção 158, que acaba com a demissão imotivada, é fundamental para pôr fim nessa realidade. “É uma coisa absurda e inexplicável. Dois anos atrás, foram 22 milhões de empregos contra 20 milhões de desligamentos”, ressaltou.
Avanço
Antonio Neto defendeu a equiparação do salário da mulher em relação ao do homem. “Sabemos o quanto as nossas mulheres têm lutado pela igualdade de oportunidades. Todos esses temas podem ser resolvidos imediatamente, e precisamos de declarações mais contundentes por parte do executivo sobre a vontade de agir em defesa da classe trabalhadora”, disse.
Governo
Ricardo Berzoini afirmou que conhece a pauta trabalhista e está familiarizada com ela. “Eu ajudo com a minha opinião dentro do governo. A maioria dos temas tem muita simpatia por parte do executivo, mas não depende só dele, depende também do parlamento”, explicou sobre alguns setores conservadores e resistentes do Congresso com relação aos assuntos dos trabalhadores.
Berzoini se comprometeu a unir forças com os ministros do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, e da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para agilizar a pauta no Legislativo.
Na próxima terça-feira (13), uma nova reunião na Presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara definirá o fluxo de trabalho para acelerar a priorização de votação das propostas.