Senador e líder do PMDB disse que irá conversar com quem for necessário e que está aberto para encaminhar propostas consensuais com as entidades
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), recebeu as centrais sindicais nesta quarta-feira (3) para um debate sobre as reformas trabalhista (PL 6787/16) e previdenciária (PEC 287/2016). Ao senador, os representantes dos trabalhadores pediram mais diálogo dentro do Senado Federal. Também participam do encontro membros da oposição, como a líder do PT na Casa, Gleisi Hoffmann (PR), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
Em discurso, o vice-presidente da CSB Flávio Werneck afirmou que as matérias em tramitação irão afetar diretamente o poder de consumo do brasileiro. “Temos que dar ao trabalhador condições de consumo, e, com a reforma trabalhista, o que vai acontecer não é a modernização, é a precarização do trabalho e também da Previdência, o que vai gerar falta de dinheiro para o trabalhador, falta de dinheiro para o povo brasileiro, que vai deixar de consumir e nós vamos regredir na economia”, alertou.
“Se querem um programa de modernização da reforma trabalhista, vamos buscar no mundo onde nós temos as melhores legislações trabalhistas. Se queremos uma reforma da Previdência, vamos buscar no mundo onde tem as melhores reformas previdenciárias, onde nós temos a melhor Previdência que se adeque ao Brasil. O que não dá é fatiar só o que interessa e colocar lá”, analisou.
Após ouvir todos os representantes das centrais, Renan Calheiros disse que está aberto ao diálogo. “Nós temos que discuti-las [as reformas], mas não há como fazer isso se não, em primeiro lugar, ouvindo o povo, os trabalhadores”, respondeu.
O congressista também elencou os pontos em que discorda da reforma trabalhista. “Como é que você acaba com a contribuição sindical e mantém a contribuição patronal, o sistema S, a quem interessa isso? Essas mudanças como se vê na terceirização geral sem fim, inclusive da atividade fim, a reforma trabalhista que revoga a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e uma reforma da Previdência contra as regiões mais pobres da Federação”, afirmou.
O líder finalizou o pronunciamento assumindo compromisso de abrir espaço para os trabalhadores. “Eu me coloco à disposição de vocês para que a gente possa encaminhar propostas consensuais que verdadeiramente nos levem a isso. Se for necessário, nós vamos conversar com quem for, não importa, nós devemos conversar. Os trabalhadores precisam ser ouvidos, mas nós não podemos permitir que esse desmonte se faça no calendário que essa gente quer”.