Na última sexta-feira (12), o Sindpd-SP (Sindicato dos Trabalhadores de Tecnologia da Informação de São Paulo) e o Seprosp (Sindicato das Empresas de Processamento de Dados de São Paulo) se reuniram para a segunda rodada da negociação coletiva da Campanha Salarial 2024.
Novamente os patrões ofereceram uma proposta abaixo até dos índices inflacionários, o que foi avaliado como “desrespeitoso” pelo Sindpd (assista a trechos da reunião no fim da matéria). A proposta de 3,5% (três e meio por cento) foi recusada novamente na mesa de negociação.
“Por mais que tenha tido um avanço mínimo, você mesmo citou o índice de inflação do período, mas não vamos tratar pelo índice. Queremos aumento real”, rebateu Neto, presidente do Sindpd e da CSB.
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Um dos pedidos do setor patronal foi colocado na cláusula de vale-refeição a não obrigatoriedade do pagamento do benefício nas férias. O que foi negado pelo presidente do Sindpd.
“O pedido de vocês reforça o que sempre conversamos: tem que pagar. Não vou mudar a cláusula do vale-refeição porque para nós está incluído na cláusula o pagamento nas férias, no mínimo nas férias”, respondeu Neto.
O presidente do Sindpd lembrou que a cláusula do vale-refeição foi conquistada em dissídio de greve no tribunal, a partir de um normativo precedente que não exclui o pagamento nas férias.
Sobre a proposta de reajuste de 3,5% no valor do vale-refeição, Antonio Neto apresentou que demonstra a disparidade nas pesquisas do valor atual com o preço médio praticado nos restaurantes.
“O valor que você está oferecendo de vale-refeição não paga um combo do McDonald’s, não paga um combo do Big Mac, que é o básico do MC e que custa em média 32 reais”, criticou.
O presidente do Seprosp rebateu: “O vale-refeição não foi criado para alimentar o trabalhador. Foi criado para não pagar imposto. Foi criado para diminuir a carga tributária sobre a folha de pagamento. Isso é uma complementação”, pontuou Luigi Nese.
“Isso aqui (VR) garante que os companheiros se alimentem. Garante porque o salário não dá! Olha o que você está oferecendo de piso (salário normativo)”, respondeu Neto.
O presidente do Sindpd apresentou uma contraproposta: “Eu topo concordar usando o acordo sobre o legislado (611-A da CLT) que o pagamento pode ser feito em dinheiro, se vocês toparem pagar o valor de R$ 35 por dia”, propôs o representante dos trabalhadores.
O representante patronal disse que levaria uma proposta para análise jurídica. Assim como a mesma possibilidade para o vale-transporte.
Com relação a outros pontos como as regras mais severas para as empresas que não negociam a PLR, a obrigatoriedade das homologações no sindicato, mudanças no custeio do home office e a multa em caso de demissão em massa sem negociação, os patrões demonstraram contrariedade, mas presumiram rediscutir .
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Já foi aceito pelo patronato a obrigações de transporte noturno estendido, a contabilização da hora extra logo após um período de tolerância de cinco minutos, a alteração da redação da cláusula de filhos com deficiência, incluindo o acesso ao benefício para filhos com neurodiversidades. As demais cláusulas seguem em negociação.
Confira o vídeo da reunião: