Das 696 categorias pesquisadas, em quase 7% os pisos salariais eram equivalentes ao mínimo vigente (R$ 622)
Os pisos salariais conseguiram reajustes acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 98% das negociações realizadas em 2012, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Das 696 categorias pesquisadas, em quase 7% os pisos salariais eram equivalentes ao mínimo vigente (R$ 622). Em 25% dos casos, chegavam ate R$ 664,50,; em metade, até R$ 729,70. O valor médio dos pisos analisados foi de R$ 802,89 e o aumento médio real de 5,62%, resultado bem melhor que os ganhos reais obtidos pelos salários acima do piso em 2012 foram menores, de 1,96%, e as correções acima da inflação contemplaram 95% das categorias.
Luis Augusto Ribeiro, técnico responsável pelo estudo, afirma que os reajustes do piso maiores do que os dos demais salários é uma tendência que tem aparecido desde 2009, quando esse parâmetro passou a ser medido pela pesquisa. Em 2004, quando começou a ser elaborada, o percentual de negociações de pisos que valiam o mínimo era de 1%. Essa taxa subiu para 3% em 2006 e estabilizou-se nos 7% apurados em 2012, devido, segundo o técnico, da valorização do salário mínimo no intervalo.
O maior número de negociações 14,4%, obteve reajuste entre 8,01% e 9% acima da inflação, na maioria dos casos beneficiando salários com valores mais próximos do mínimo. A faixa entre 2,01% e 3% aparece na sequência, em 13,5% das negociações. O setor rural teve 100% de ganho acima do INPC no período analisado. O comércio concentrou a maior taxa de reajustes abaixo do índice, 2,6%.
O maior piso salarial, de R$ 3.150, foi verificado no setor de serviços, no segmento de saúde privada. Na indústria, a metalurgia mostrou o piso mais elevado entre os nove segmentos, R$ 1.856,23. Para o Dieese, o “salário mínimo necessário” médio, calculado com base nas pesquisas de Cesta Básica Nacional, foi de R$ 2.463,80 em 2012, patamar alcançado em apenas duas categorias no período.
Fonte: Valor Econômico