América Latina elevou 50 milhões à classe média, diz Banco Mundial

Estudo credita o feito ao rápido crescimento econômico e ao aumento das políticas sociais

O Banco Mundial divulgou nesta terça-feira um estudo em que diz que 50 milhões de pessoas ascenderam à classe média na América Latina durante a última década. Assim, essa faixa rivaliza em números pela primeira vez com os pobres na região.

Além disso, o crescimento na renda dos latinos criou uma classe chamada de “vulnerável”, na qual cada pessoa vive com entre US$ 4 (R$ 8,24) e US$ 10 (R$ 20,62) por dia.

“Enquanto a pobreza diminuía e a classe média aumentava, a maior parte das famílias da América Latina se situou num estado vulnerável”, disse o Banco Mundial em relatório. 38% dos latinos se encontram nessa classe econômica.

A classe média, para o Banco Mundial, é composta por famílias que possuem estabilidade econômica e que têm chances menores do que 10% de cair novamente na pobreza. Elas vivem diariamente com valores entre US$ 10 (R$ 20,62) e US$ 50 (R$ 103,11) por pessoa.

De acordo com o estudo, 30% da população está nessa faixa. A porcentagem é a mesma de pessoas que são consideradas pobres na região. O dado indica que a América Latina está conseguindo, aos poucos, reduzir a desigualdade social.

Ao menos 40% dos latinos conseguiu subir de classe econômica entre 1995 e 2010. O estudo cita o exemplo dos governos de Lula no Brasil (2002-2010), que tiraram 30 milhões de pessoas da pobreza.

Ressalvas

A América Latina é, segundo o Banco Mundial, a única região do mundo cuja desigualdade está em decadência. Mesmo assim, a divisão entre ricos e pobres ainda é mais alta do que na maioria dos países desenvolvidos.

A questão que ainda deve ser resolvida é se o sucesso da América Latina no combate à pobreza se manterá numa época em que a economia mundial está desacelerando.

O Banco diz que ainda é incerto que a ascensão da classe média crie uma sociedade mais igualitária.

Na região, a classe média tradicionalmente prefere os serviços privados na educação e na saúde, abandonando o setor público, que, sem melhorias, fica restrito ao uso dos mais pobres.

Fonte: Folha de São Paulo

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