A CSP pertence aos sindicatos, não a partidos, diz Chinelo

Jornada de 40 horas, fortalecimento da indústria nacional e capacitação dos trabalhadores são as grandes bandeiras, segundo vice-presidente da Central Sindical dos Profissionais (CSP)

O tesoureiro do Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba, José Avelino Pereira, o Chinelo, foi eleito diretor vice-presidente da Central Sindical dos Profissionais (CSP). Em entrevista, Chinelo falou sobre as principais bandeiras da central, comentou a falta de mão de obra qualificada no país e ainda analisou a situação atual dos metalúrgicos.

Leia a entrevista na íntegra:

Quais são os desafios da CSP para esse ano?

O maior desafio da CSP é, no mínimo, dobrar o número de sindicatos filiados, ir para 600. A CSP é um projeto novo para um Brasil novo. É uma central que se atenta para a situação atual do país. Teremos grandes lutas em 2012. Uma delas é a redução da jornada de trabalho para 40 horas que, se fixada, resultará na criação de dois milhões de empregos com carteira assinada. Vamos lutar ainda pela qualificação profissional. O Brasil cresce, a demanda das empresas aumenta, mas não há mão de obra qualificada, isso precisa mudar. Lutaremos também por questões nacionais, como a correção da tabela do Imposto de Renda e o salário mínimo.

Qual é o maior diferencial da CSP?

Somos uma central abrangente e inovadora. Dentro do nosso projeto, temos trabalhadores e microempreendedores sob o mesmo guarda-chuva. A central não exclui o pequeno empreendedor. Pois ele é aquele que trabalha com carrinho de cachorro-quente. Ele não é patrão, é um trabalhador e lutador do dia-a-dia. Essa visão me fascina. Além disso, a CSP não tem vícios, não temos facção ideológica, não temos partido político. Estamos aqui com a alma pura para a construção de um grande projeto. O espaço está aberto para discussão da questão dos trabalhadores, partido nós discutimos em outra instância.

Quais são as próximas ações da CSP?

O presidente da CSP, Antonio Neto, irá viajar todos os estados para nomear as provisórias dos estados, o que fará com que a central tome corpo nacionalmente. Hoje, a CSP está presente em mais de 20 estados, mas é importante que cada estadual inicie vida própria.

Qual é a importância da contribuição sindical na organização do sindicato?

É fundamental. Hoje, não tem patrão a favor da contribuição, o que ele quer é sindicato fraco. Sem contribuição, o sindicato não mantém a infraestrutura funcionando, não tem carro de som, não tem como colocar seu dirigente à disposição da categoria. Sindicato precisa de recursos para qualificar seus trabalhadores e continuar na luta do dia-a-dia enfrentando os desafios trabalhistas como a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), Vale Refeição (VR) e assistência médica. Existem muitos empregados que não têm esses benefícios e o sindicato precisa levar essa luta para a fábrica e, para conseguir agir, precisa de recursos.

Como está a situação atual dos metalúrgicos no Brasil?

A CSP fará um movimento pelo fortalecimento da indústria nacional. No Brasil, a categoria dos metalúrgicos cresceu muito, principalmente nas pequenas cidades ao redor da Região Metropolitana de São Paulo, como Itatiba. A redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) permitiu que as montadoras pudessem vender muito mais. Mas existem problemas. Como falei anteriormente, o que falta é a qualificação desses profissionais, para que eles possam aproveitar boas oportunidades de emprego. As empresas vêm para o interior e não encontram profissionais qualificados.

Fonte: Assessoria CSP

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