CSB homenageia uma das categorias responsáveis pelo crescimento do setor pecuário brasileiro
Hoje é comemorado o Dia do Médico Veterinário, uma profissão abrangente e indispensável para a pecuária brasileira. No dia 9 de setembro de 1933, por meio do Decreto nº 23.133, o então presidente Getúlio Vargas criou uma normatização para a atuação do médico veterinário e para o ensino do ofício. Entretanto as escolas de veterinária já existiam no Brasil desde 1910.
O Brasil é o país que possui o maior número de médicos veterinários do mundo. Ao todo, são 90 mil profissionais em atividade e aproximadamente cinco mil novos médicos chegando ao mercado anualmente, segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). A profissão é recordista mundial em número de instituições de ensino; são cerca de 190.
De acordo com Jorge Antonio Chehade, presidente do Sindicato dos Médicos Veterinários do Estado de São Paulo (Sindimvet), a profissão é conhecida pelos cuidados com os animais, porém poucas pessoas sabem que os veterinários são os responsáveis pela saúde das pessoas. “Nós inspecionamos e avaliamos todos os produtos de origem animal que estão na mesa da população brasileira. Acompanhamos toda a cadeia de produção carne, leite e derivados”, explica. O veterinário responde por inspeções e fiscalizações sanitárias, além de medidas de saúde pública em relação a zoonoses, doenças que atingem tanto seres humanos quanto animais.
Segundo César Amin Pasqualin, presidente do Sindicato dos Médicos Veterinários do Paraná (Sindvet/PR), a produção animal no Brasil é sem dúvida um dos mais importantes segmentos econômicos, imprescindível para o crescimento do País. “Nesse contexto, o médico veterinário contribui decisivamente para a produção de proteína nobre como fonte alimentar e para a garantia da qualidade dos produtos destinados tanto ao mercado interno quanto para a exportação. Por isso, é necessário que haja o reconhecimento e a valorização da categoria. Somos uma peça fundamental para o desenvolvimento econômico nacional”, afirma.
Formação e especialização
Hoje a formação em medicina veterinária dura, em média, cinco anos, com os dois primeiros anos tratando das disciplinas básicas: anatomia, microbiologia, genética, matemática, estatística, além de nutrição e produção animal. Depois é a vez de estudar as doenças, as técnicas clínicas e cirúrgicas, e então optar pela especialização.
Reivindicações da categoria
A principal reivindicação da categoria é o cumprimento da Lei nº 4.950-A, de 22 de abril de 1966, que estabelece em R$ 4.706,00 o salário mínimo por 6h diárias trabalhadas, segundo o CFMV. A categoria também luta pela criação de planos e carreiras nos órgãos públicos. Outro ponto reivindicado pelos veterinários é a criação do Sistema Único de Saúde Animal (SUS Animal) e construção de hospitais públicos veterinários.
Além disso, César Amin Pasqualin lembra que é necessário investir na fiscalização dos cursos de veterinária no Brasil. “Uma reivindicação importante é a formação de bons profissionais. Não adianta ter muitos trabalhadores formados e poucos com qualificação. O que vemos hoje é que o curso de medicina veterinária se tornou um negócio que se preocupa mais com a lucratividade do que com a qualidade. Se o MEC não tomar nenhuma posição, em breve teremos um déficit de veterinários”, concluiu.