450 trabalhadores rurais entram em greve no interior de SP

Categoria não recebe salário, 13º e não tem FGTS e INSS recolhidos desde dezembro do ano passado

Para protestar contra os atrasos no pagamento de salários e benefícios, cerca de 450 trabalhadores rurais de Flórida Paulista, Tupã, Adamantina, Parapuã e Valparaíso (SP) entraram em greve na última terça-feira (15/03). Segundo o 1º secretário dos Trabalhadores Rurais da CSB e presidente do Sindicato dos Empregados Rurais de Tupã (SER-Tupã/SP), Paulo Oyamada, a categoria não recebe salário e 13º desde dezembro de 2015.

Ainda de acordo com o dirigente, um dos principais empecilhos para o atendimento das reivindicações dos trabalhadores é a falta de compromisso por parte da empresa empregadora. “Há muitos anos eles atrasam os salários. A gente senta na mesa para fazer um acordo e eles não cumprem com o negociado. O pessoal está trabalhando sem receber nada, inclusive há trabalhadores sem registro na carteira, como se realizassem um trabalho escravo”, relata Oyamada.

Além do não recebimento na folha, a categoria tem outros direitos garantidos pela Constituição de 1988 ameaçados com o não recolhimento ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). De acordo com o 1º secretário dos Trabalhadores Rurais da CSB, o empregador também chegou a demitir 200 trabalhadores em dezembro, sem quitar nenhum direito ou benefício previstos em lei, o que levou a uma ação contra a empresa no Ministério Público do Trabalho (MPT).

“Nós já fomos em uma audiência no MPT para tomar as devidas providências e saber o que podemos fazer para resolver esse problema”, explica Oyamada. O descaso com a categoria ainda levou a paralisações em frente aos portões da empresa nos dias 15 e 18 de março, quando cerca de 150 trabalhadores se manifestaram com faixas. Segundo o presidente do SER-Tupã/SP, as mobilizações e a greve são por tempo indeterminado.

“Enquanto eles não acertarem, a paralisação vai continuar. Nas últimas reuniões com o patronato, a Diretoria Executiva da CSB já falou à empresa que, caso a situação dos trabalhadores não seja regularizada até dia 21 de março, a partir de terça-feira (22/03) vamos mobilizar os trabalhadores e não deixaremos ninguém e nenhuma commodity entrar ou sair da empresa”, assegura o dirigente.

Estão à frente da mobilização a CSB, o Sindicato dos Empregados Rurais de Tupã, o Sindicato dos Trabalhadores e Empregados Rurais de Flórida Paulista, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Adamantina e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Parapuã.

Compartilhe:

Leia mais
1o de maio shows sp
1º de Maio em São Paulo terá shows gratuitos com Fernando & Sorocaba e outros; veja agenda!
sindineves gcm
Sindineves denuncia Prefeitura de Ribeirão das Neves (MG) por conduta antissindical
mudança tabela imposto de renda 2025
Governo muda tabela do Imposto de Renda e renova isenção para até dois salários mínimos
repúdio arminio fraga congelar salário mínimo
CSB repudia fala de Armínio Fraga: congelar salário mínimo é condenar milhões à miséria
salário mínimo 2026
Salário mínimo em 2026 deve ser de R$ 1.627, com reajuste de 7,18%, projeta governo
desemprego entre jovens
Taxa de desemprego entre jovens é o dobro do grupo acima dos 30, aponta FGV
vr va mudanças regras
VA e VR podem passar por mudanças nos próximos 30 dias, diz Ministério da Fazenda
escala 6x1 prejudica saúde mental
Redução da jornada de trabalho tem apoio de 65% dos brasileiros, aponta pesquisa
isenção conta de luz
Governo quer isentar conta de luz para até 60 milhões de pessoas, diz Alexandre Silveira
sorteio carros 1o de maio centrais sindicais
Centrais preparam 1º de maio unificado com shows gratuitos e sorteio de 10 carros; participe!