Protesto ocorreu após prefeitura não apresentar proposta de reposição de salários
Embaixo de chuva, 300 servidores públicos do município de Ponte Nova (MG) saíram às ruas, na última quinta-feira (28), em protesto contra o reajuste “zero” proposto pela prefeitura para o ano de 2016. Concentrados na Praça das Palmeiras, centro da cidade, trabalhadores reivindicaram recomposição salarial equiparada à inflação acumulada do ano passado e reajuste de 11,70% para um terço dos funcionários que ganham um salário mínimo.
Divulgado em meio a um cenário econômico que computou 10,67% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2015 – calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) –, o anúncio da administração pública mobilizou a categoria, que seguiu em passeata pelas ruas do município sob a organização do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e Autarquias de Ponte Nova (SINDSERP), da Federação Única Democrática de Sindicatos das Prefeituras, Câmaras Municipais, Empresas Públicas e Autarquias de Minas Gerais (FESERP/MG) e da CSB.

Não é a primeira vez que os servidores de Ponte Nova se manifestam contra a administração do município. Nos dias 31/03 e 07/04, 470 trabalhadores protestaram em defesa dos cerca de 2.300 funcionários públicos da cidade em frente aos prédios da prefeitura e câmara municipal. Para o presidente do SINDSERP, Geraldo Jannus, as mobilizações representam a indignação da classe trabalhadora e a resistência do movimento em aceitar o ato inconstitucional promovido pelo prefeito Guto Malta (PT/MG). Segundo o Art. 37, inciso X, da Constituição Federal, o município deve assegurar revisão geral anual dos salários de seus servidores.
“Não há notícia e duvidamos que haja algum município no Brasil que tenha ‘oferecido’ aos servidores ‘zero’ de reposição salarial. O clima geral é de revolta, e esperamos que o prefeito ponha a mão na consciência e cumpra o que prometeu, em 2012, na campanha eleitoral: valorizar o servidor”, relembra Jannus.
Além do reajuste salarial, a categoria também exige abertura de diálogo – o que pode acontecer daqui a 15 dias, prazo solicitado pelo prefeito para sentar à mesa com os servidores segundo Jannus. Porém, de acordo com o presidente do Sindicato, a indignação dos servidores chegou ao ponto de acreditar que nenhum “argumento da administração municipal merece crédito”.

Ainda de acordo com o sindicalista, é esta situação que torna o apoio da CSB fundamental à categoria. Para Geraldo Jannus, “a Central neste momento é muito importante para fortalecer a representação dos trabalhadores e para que a categoria supere esses desafios e alcance seus objetivos”. “O Sindicato ficou dez anos literalmente jogado às traças e, agora, o que está sendo feito é um resgate da entidade para a defesa e luta dos servidores municipais”, conta o presidente do SINDSERP.
Para definir quais serão os próximos passos do movimento caso a prefeitura não se posicione de forma favorável aos trabalhadores, uma assembleia será realizada na semana que vem, quando também será discutida a possibilidade de uma greve dos servidores.







