Pequenos empresários estão tendo dificuldades em ter acesso aos benefícios
O percentual das micro e pequenas indústrias que afirmam que as medidas econômicas do governo contra a crise do novo coronavírus não estão chegando a elas aumentou, de 71%, em 14 de abril, para 75%, no fim do mesmo mês. Isso quer dizer que três em cada quatro empresas reclamam de não ter acesso aos programas. É o que revela o 2º Boletim de Tendências das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo, realizado pelo Datafolha, a pedido do Sindicato de Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (Simpi).
O número de empresas que acreditam que as medidas beneficiaram seu negócio diminuiu, passando de 29% para 25%.”Medidas anunciadas recentemente podem facilitar o acesso ao crédito, mas ainda são insuficientes. Tem que convencer o sistema financeiro brasileiro, todos que podem ter capilaridade, para que esse dinheiro chegue na ponta, e não de uma forma seletiva”, disse presidente do Simpi, Joseph Couri.
Demissões
No novo levantamento, concluindo entre os dias 24 e 29 de abril, os dados referentes às demissões também aumentaram em relação ao primeiro boletim, com dados apurados entre 13 e 14 de abril.
No levantamento anterior, o percentual das empresas que demitiram era de 18%. Agora, 22% das empresas afirmam que demitiram desde o início da crise em virtude da pandemia de coronavírus.
Entre as micros e pequenas indústrias que demitiram, o percentual das empresas que tiveram que demitir mais de 30% dos funcionários aumentou, passando dos 6% para 8%.
Acesso a crédito
As micro e pequenas indústrias tiveram aumento no acesso ao crédito na última semana de abril, mas o percentual de empresas que não tiveram acesso ainda é alto.
No novo boletim, 87% das micro e pequenas indústrias não tiveram acesso a crédito. Anteriormente, eram 91%.
Das que tiveram acesso, o percentual aumentou nas empresas que procuraram linha de crédito para capital de giro novo, que passou dos 3% para 7%. A fatia das micro e pequenas indústrias que já tinham alguma linha de crédito permaneceu em 4%.
Via: UOL