CSB homenageia a categoria que é composta por 90% de mulheres
Cerca de um 1,2 milhão de trabalhadores celebram o Dia da Costureira, de acordo com dados da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest). A categoria é responsável pela confecção de 6 bilhões de peças por ano, que movimentam cerca de 45,4 bilhões de dólares.
Segundo Eliseu Pereira de Lima, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Calçados e Vestuários em Geral de Jundiaí e Região (Sindvestuario Jundiaí), a profissão é uma das mais importantes do Brasil por ser composta por 90% de mulheres. “Atualmente a maioria dos lares são comandados por mulheres, e o setor do vestuário é um dos que mais empregam as trabalhadoras brasileiras. O que nós temos observado, é que essa categoria é de suma importância na economia brasileira e composta em sua maioria por mulheres, por isso precisa haver uma valorização dessa categoria com salários melhores”, disse Lima.
A falta de valorização da categoria é constata também pela secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Confecção e de Vestuário de Guarulhos (Sindvestuário Guarulhos). “Tenho feito uma constatação assustadora, a faixa etária média, nas fábricas do vestuário que tenho visitado, é superior a 35 anos. Isto significa que estamos numa curva descendente na quantidade de profissionais. Essa redução de quantidade de profissionais no mercado é um reflexo na falta de incentivo. O governo precisa abrir mais cursos profissionalizantes para as costureiras”, destaca.
“Além disso, muitas empresas têm fechado ou permanecido na ilegalidade devido às importações. Tudo isso prejudica as trabalhadoras, que têm seus direitos achatados e os salários reduzidos. A maioria dessas profissionais são chefes de família, por isso é necessário que haja um maior zelo e cuidado com a categoria. É preciso criar uma política de valorização da indústria nacional”, afirmou Márcia.
Reivindicações
Para Marilene Guedes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Confecção de Roupas de Barueri e Região, as principais reivindicações da categoria são auxílio-creche, PLR e criação de um piso salarial nacional. “As costureiras são fundamentais no desenvolvimento econômico brasileiro. A indústria do vestuário gera empregos não só para a nossa categoria como também para a agricultura, já que, para produzir o tecido ‑ que é a matéria prima da costureira ‑, é preciso do algodão, da seda e de outras fibras naturais”, destaca. Somos tão importantes, e merecíamos mais reconhecimento da sociedade e do governo”, diz.
O presidente do Sindvestuario Jundiaí também reivindica mais qualidade no ambiente de trabalho e fim do assédio moral. “Muitos chefes das confecções tem uma postura muito rígida e intransigente, o que torna o ambiente de trabalho hostil e estressante. Outro problema é falta de equipamentos adequados que podem causar uma série de doenças causadas pelo esforço repetitivo”, argumenta Eliseu Pereira de Lima.