21 de abril: Tiradentes, brasileiro que representa o desejo de liberdade e independência do povo do Brasil

Reconhecido Patrono da Nação Brasileira, Joaquim José da Silva Xavier não poupou a vida à construção da soberania nacional

Mais de dois séculos após sua morte, Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes) ainda inspira a luta pela manutenção de um País justo e independente. Desde dezembro de 1965, a Lei 4.897 dispõe o dia 21 de abril em reconhecimento e memória à contribuição da Inconfidência Mineira, e de um de seus mais ilustres líderes, para a empreitada que tornou vivo o sonho de um Brasil independente da exploração portuguesa.

Tiradentes nasceu em uma fazenda do Pombal, comarca do Rio das Mortes, próximo à Vila de São José Del Rei, no ano de 1746. À época, a população vivia sob os limites rígidos de uma política de opressão e altos impostos perpetrada pela Coroa. Naqueles tempos, e ainda bem novo, Joaquim perdeu a mãe e, posteriormente, o pai. Passou a ser criado pelo padrinho dentista, que o orientou à profissão motivo da alcunha de Tiradentes.

Em 1775, ingressou na carreira militar, alistando-se na 6ª Cia. de Dragões da Capitania de Minas Gerais. Pela descendência portuguesa, teve o privilégio de torna-se alferes, algo correspondente ao posto de 2º tenente, sem passar por cargos subalternos. À frente do destacamento, Tiradentes passou a assumir postura crítica ante a exploração abusiva dos recursos naturais do País.

Doze anos depois, já cansado da rotina militar, Joaquim pediu licença do regimento e mudou-se para o Rio de Janeiro. Lá apresentou ao vice-rei Dom Luiz de Vasconcelos alguns projetos políticos, para os quais não conseguiu aprovação. Ao fim da licença, em agosto de 1788, voltou para Minas Gerais já intencionando espalhar as primeiras ideias a respeito da revolta contra Portugal, objetivo que ganhou mais fôlego com a independência da América e a formação dos Estados Unidos.

Nessa empreitada, Tiradentes passou a reunir-se com pessoas de propósitos afins, dentre eles advogados, padres e poetas. Alguns pretendiam proclamar a república, mas tal intenção ficou apenas, e por hora, no plano das ideias, embora o movimento Inconfidência Mineira estivesse ganhando força.

O plano era realizar um protesto no dia da “derrama”, momento em que eram cobrados os impostos atrasados da população, de modo a alertá-la sobre as ações de libertação e, em seguida, prender o governador Visconde de Barbacena. Mas Tiradentes foi traído pelo companheiro de luta Joaquim Silvério dos Reis, cuja dívida de 700 contos ao rei de Portugal e a possibilidade de perdão do débito motivaram a delação do plano.

Consta nos registros históricos que 34 membros do momento foram presos e acusados de traição à coroa; dentre eles, 11 foram condenados à morte, mas todos, exceto Tiradentes, tiveram suas penas amenizadas. Joaquim José da Silva Xavier foi enforcado em 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro. Há quem dê conta de que, ao ouvir sua sentença, o revolucionário teria dito serenamente: “pois seja feita a vontade de Deus. Mil vidas eu tivesse, mil vidas eu daria pela libertação da minha pátria”.

Embora sua morte tenha sido utilizada como ferramenta de doutrinamento pela Coroa Portuguesa, seu ideal de conjuração da independência sobreviveu para além dos limites de um corpo. Resultado de longo processo de articulações políticas, a declaração de soberania do Brasil tornou-se realidade apenas em 1822, mas materializou o potencial transformador com que a liberdade era enxergada pelos inconfidentes e pelo povo do Brasil.

Este sentimento permanece até hoje. Os ideais de Tiradentes e da Inconfidência Mineira estão estampados na bandeira do estado de Minas Gerais. O triângulo, que remete à santíssima trindade, foi proposto por Joaquim José da Silva Xavier, e a simbólica frase – “Libertas Quae Sera Tamen” (“Liberdade Ainda que Tardia”) – também carrega os ideais do movimento.

A história de Tiradentes, que pertencia a casta menos favorecida da população da época, representa a trajetória do povo brasileiro em busca de um País mais justo e igualitário. Apesar de fracassada na prática, é representativo considerar a Inconfidência Mineira um exemplo valioso da luta dos brasileiros pela independência, pela liberdade e contra um governo que tratava sua colônia com violência, autoritarismo, ganância e falta de respeito.

Esta busca por uma nação forte e independente se perpetua até os dias atuais, em memória de Tiradentes e de milhares de brasileiros que sacrificaram suas vidas para construir o Brasil. A CSB defende a manutenção desses ideais e transforma estes objetivos em instrumento de luta, na construção de um Brasil próspero, que seja capaz de diminuir sua desigualdade social, estratégia chave para o fortalecimento da soberania nacional.

 

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